Jornal Estado de Minas

Vacinação contra o sarampo e a pólio está abaixo da meta em 30,4% das cidades mineiras


A campanha nacional de vacinação contra a poliomelite e o sarampo termina na próxima sexta-feira. Mas, a cobertura vacinal ainda está abaixo em muitas cidades mineiras. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que aproximadamente 30,4% dos municípios de Minas Gerais ainda não atingiram o índice de 95% dos moradores imunizados contra a doença. Vale lembrar que as doses estão a disposição da população, gratuitamente, em todas as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Pessoas fora do público-alvo, crianças entre 1 ano e 4 anos 11 meses e 29 dias, também podem procurar os postos, caso esteja com o cartão de vacinação desatualizado.

Os dados preliminares do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), que é atualizado pelos estados, mostram que Minas Gerais vacinou 94,06% das crianças entre 1 ano e 4 anos 11 meses e 29 dias, público-alvo da campanha, contra a pólio e 93,85% contra o sarampo.  Mesmo assim, segundo o Ministério da Saúde, mais de 260 municípios mineiros ainda não atingiram a meta vacinal. O número corresponde a 30,4% de Minas Gerais, que tem 853 cidades.

Em Belo Horizonte, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA),  89,8% das crianças foram vacinadas contra a pólio e 89,5% contra o sarampo.
Ao todo, 109,4 mil pessoas do público-alvo receberam as doses. A administração municipal segue com a ação nas Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis). Atualmente, 80 escolas estão recebendo as visitas dos técnicos da secretaria. A Campanha de Vacinação na capital mineira também segue até sexta-feira.

Casos suspeitos


Dados do último balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), em 6 de setembro, mostra um aumento no número de notificações de sarampo. Foram computados 238 casos suspeitos em Minas, sendo que 128 foram analisados e descartados como sarampo. Outros 110 ainda são investigados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).


Exames de quatro pessoas apresentaram amostras soropositivas para anticorpos IgM, o que pode indicar a atuação do vírus do sarampo. Porém, uma segunda amostra soropositiva para a confirmação da doença é necessária. Além disso, será feita uma pesquisa de outros diagnósticos diferenciais.  Segundo a SES, o resultado soropositiva de IgM significa um indicador de resposta imunológica recente, ou seja, os anticorpos da pessoa estão em alerta, o que indica uma doença. Porém, ainda não se pode confirmar que seja sarampo, pois outras enfermidades provocam a mesma reação, como a dengue, por exemplo.

Dos casos, uma amostra, de um morador de Nova Lima, na Grande BH, foi encaminhada para a analise da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), outra aguarda o diagnóstico diferencial da Funed. Segundo a SES, este paciente realizou a vacinação em tempo inoportuno, quando já sentia os primeiros sintomas e antes da segunda coleta da amostra. Um morador de Passa Quatro, no Sul de Minas, também terá exame encaminhado para análise da Fiocruz.

Em BH, de acordo com a SMSA, foram 36 casos suspeitos de sarampo registrados neste ano.
Destes, nove foram descartados e outros 27 seguem sendo apurados. .