Jornal Estado de Minas

Montes Claros registra alta de denúncias de violência contra a mulher

No aniversário de 12 anos da Lei Maria da Penha, completados nesta terça-feira, a constatação de que as mulheres vítimas de violência estão mais encorajadas em denunciar os agressores se traduz em números em Montes Claros, no Norte do estado. A delegada Karine Maia, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher da cidade, informou que, no primeiro semestre de 2018, houve um aumento de 8% no número de denúncias recebidas pela unidade em relação à quantidade de casos recebidos no mesmo período de 2017.

A policial ressaltou que, embora as estimativas indiquem que 25% das vítimas denunciam os agressores, houve avanços após a promulgação da Lei Maria da Penha. Ela informou que a delegacia recebe entre 15 e 20 mulheres agredidas por dia. 

Os casos são encaminhados à Justiça e, diariamente, em torno de cinco pedidos de medidas protetivas são protocolados na cidade. "É preciso que as mulheres agredidas criem coragem para fazer as denúncias. Elas têm que sair da zona de conforto e dar o primeiro passo, buscando ajuda junto ao Ministério Público, junto a alguma amiga. Também devem procurar a delegacia”, afirmou Karine Maia.

Em Montes Claros,  dois homens foram presos em flagrante, na Operação “Eu não Pertenço a você”, desencadeada pela Polícia Civil nesta terça-feira. Um deles foi detido ao ser flagrado agredindo a mulher quando ela levava os filhos à escola, no Bairro Doutor João Alves. Em outro ponto da cidade, um homem foi preso por descumprir a medida protetiva, que determinava que ele não poderia se aproximar da vítima.

A Polícia Civil também realizou 20 visitas tranquilizadoras na cidade, onde os agentes verificaram se as medidas protetivas estão sendo cumpridas,  se a mulher vem sendo ameaçada e outras situações.

Falta de infraestrutura


A delegada Karine Maia ressalta que a Lei Maria da Penha é uma lei muito bem elaborada e que, se bem aplicada, possibilita o efetivo combate à violência contra a mulher, impondo o fim da impunidade aos agressores.

Ainda assim, segundo ela, há falhas a serem corrigidas.
“Falta uma melhor infraestrutura aos órgãos do poder publico para agilizar o atendimento ás vítimas a acelerar os processos contra os agressores”, afirma. Ela frisa que as mulheres precisam de apoio de equipe profissional multidisciplinar, o que falta às delegacias especializadas de atendimento à mulher.
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