Jornal Estado de Minas

Após chuva de granizo, BH tem ruas interditadas e telhados arrancados


Moradores de Belo Horizonte, principalmente de bairros da região da Pampulha e Noroeste, contam os prejuízos após o forte temporal da noite de segunda-feira na capital. Na manhã desta terça, ainda há árvores caídas nas ruas, telhados arrancados, carros danificados e falta de energia. 

Há registros de quedas de árvores na Rua Geraldo Faria de Souza, no Bairro Sagrada Família, Região Leste de BH, na Rua dos Médicos, no Bairro Alípio de Melo, na Pampulha, e também nas ruas Julita Nogueira Soares e José Gomes, no Bairro Santa Terezinha, mesma região. Na Região Noroeste de Belo Horizonte, o telhado de metal de uma casa foi arrancado e atingiu um carro na Rua Délio Salomão Vieira, no Bairro Nova Glória. Moradores também relatam falta de energia em alguns pontos da capital nesta terça-feira.

Nesta manhã, o Corpo de Bombeiros listou uma série de ocorrências atendidas durante o temporal de ontem. Foram quatro na capital e sete em Contagem. Na Rua Médicos, no Bairro Alípio de Melo, foi preciso realizar o corte de uma árvore. Na Rua João Donada, no Santa Terezinha, uma árvore caiu e derrubou cabos de alta-tensão. Também houve queda de árvore na Rua Sebastião Salvador Correia, no Bairro Braúnas.

Na Rua São Paulo, Centro de BH, os militares eliminaram o risco de queda de uma árvore em função das chuvas.
Na Rua Tenente Serpa, Bairro Novo Progresso, havia pessoas ilhadas. O local foi isolado e os moradores receberam orientações. 



Os militares também atenderam diversas ocorrências em Contagem, na região metropolitana. Um poste da Cemig caiu e fechou a passagem de moradores na Rua Londres, no Bairro Parque Recreio. Na mesma rua, bombeiros precisaram cortar uma árvore que caiu. No Bairro Novo Progresso, houve danos no telhado de uma casa na Rua Doracina Ricardo de Barros. Outro telhado foi arrancado pela força do vento e atingiu a rede elétrica da Rua Bertioga, no Novo Progresso. 

No bairro São Joaquim, uma árvore atingiu um caminhão na Rua Diamante, no Bairro São Joaquim. Na Rua Sindicalista Lúcio Guterres, no Bairro Nacional, outra queda de árvore. 

A água também invadiu a unidade do Hospital São Francisco de Assis no Bairro Concórdia, Região Nordeste de Belo Horizonte, durante o temporal.
Segundo a assessoria de imprensa da Fundação Hospitalar São Francisco de Assis, a água atingiu áreas externas, portarias e também entrou no setor de hemodiálise pelo fosso de um elevador. 

As calhas teriam ficado entupidas durante a chuva. Funcionários secaram a água nos espaços e uma equipe está verificando a situação no local nesta manhã. Por questão de segurança, as cirurgias foram suspensas temporariamente hoje. 

- Foto: Arte/Soraia Piva
A orla da Lagoa da Pampulha amanheceu muito suja e com comerciantes contabilizando prejuízos. Em uma lanchonete do Bairro Bandeirantes, 10 toldos de mesa foram destruídos e precisaram se retirados. 

FALTA DE ENERGIA “A Cemig informa que a tempestade de granizo e as fortes rajadas de vento de mais de 80 km/h registradas na noite dessa segunda-feira (6/8) causaram muitos danos ao sistema elétrico de Belo Horizonte e Região Metropolitana (RMBH). Dessa forma, a companhia destacou cerca de 250 profissionais para trabalhar durante a noite e madrugada na recomposição do sistema elétrico”, informou a companhia de energia elétrica, por meio de nota.

"Nesta manhã, diversas equipes ainda  estão trabalhando para reparar os danos causados principalmente pela queda de árvores e galhos sobre a rede. As regiões de Belo Horizonte mais impactadas foram a Pampulha e Venda Nova, além de Contagem, na RMBH. A Cemig esclarece que a normalização do fornecimento de energia para os clientes que ainda estiverem sem o serviço ocorrerá no decorrer desta terça-feira (7/8)”, concluiu a Cemig. O número de consumidores afetados não foi divulgado. 

Um fenômeno atípico ocorreu na noite de ontem em parte do estado, principalmente na capital e Região Metropolitana de Belo Horizonte, além de cidades da Zona da Mata e Leste de Minas.

Ao encontrar com a massa quente, a frente fria que chegou no estado resultou em chuva de granizo de grande volume. “Para o mês de agosto, é um fenômeno atípico. Precipitações com pedras de gelo como as que foram vistas em BH, Contagem, Betim, Nova Lima, entre outros municípios, ocorrem em outubro e normalmente no período da tarde. Foi algo bem raro, que aponta para as mudanças climáticas”, destacou o meteorologista Ruibran dos Reis, do ClimaTempo.

Granizo danificou cobertura de estacionamento no Bairro Castelo - Foto: Reprodução da internet/WhatsApp


Na capital, as regiões mais atingidas pela queda de granizo foram o Barreiro, Leste, Pampulha, Nordeste e Noroeste. No Bairro Sagrada Família, Leste de BH, a enxurrada nas descidas fortes pareciam rios de gelos. No Estádio Independência, a partida de futebol teve que ser interrompida por 25 minutos devido à queda de granizo e posterior falta de energia. A Coordenadoria de Defesa Civil de Belo Horizonte e o Corpo de Bombeiros ainda não informaram um balanço dos danos. Mas nas redes sociais há relatos de quebra de vidros de casas e de automóveis e buracos em toldos.


A servidora pública Brenda Prado, de 37 anos, moradora do Sagrada Família, contou que foram momentos de tensão. “Primeiro foi uns 10 minutos de chuva forte e, na sequência, uns dois minutos de queda de granizo. As pedras que caíam sobre as coberturas galvanizadas dos carros na garagem faziam um barulho forte.

Quando passou, o piso do estacionamento estava todo branco, coberto de granizo”, disse Brenda.

Segundo a servidora, em 2007 ela se viu à tarde em meio a uma chuva desse tipo em setembro. “Estava de carro na rua e houve danos na lataria. Hoje (ontem), não sei se houve danos no veículo, pois de noite não dá para enxergar direito. Mas aqui em casa, como também nos vizinhos, o temor era de que as janelas se quebrassem, o que por sorte não ocorreu no prédio”.


Ainda em BH, choveu forte com granizo no Castelo e São Francisco, na Pampulha, no Caiçara, Noroeste, Bairro da Graça, Nordeste, entre outros. De acordo com a Cemig, houve chamados de queda de energia em várias partes de Belo Horizonte, por quedas de árvores e transformadores que estouraram. Mas a região mais afetada na cidade foi a Pampulha. Também ficaram no escuro moradores de Betim, Brumadinho, Contagem, Sabará e Nova Lima, na Grande BH.

Toldos de estabelecimento na Pampulha foram destruídos pelo granizo - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press


Em Contagem, no Bairro Ressaca, a situação não foi diferente, segundo relata a fotógrafa Giselle Reis Assis, de 24. “Às 20h57 começou a pancada de chuva e logo depois o granizo. Minha família e eu nos abrigamos em um cômodo da sala e o barulho das pedras no telhado era bem forte. Duas janelas daqui de casa, que não tinham  grades, tiveram vidros quebrados, na cozinha e na área de serviço”.

Segundo ela, o clima foi de medo por sua tia, que é idosa. “Morava em Campinas(SP) e já passei por situações assim. A inquilina de minha tia, no andar de cima, disse que o granizo quebrou parcialmente o telhado. Meu vizinho reclamou de danos no carro. De um modo geral, na rua, os danos foram de vidros de janelas e veículos, além dos telhados”, resumiu Giselle.


Para hoje, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de mais pancadas de chuvas em Belo Horizonte, com termômetros variando entre 16 e 24 graus. No estado, tempo nublado com precipitações e trovoadas no Sul/Sudoeste, Campo das Vertentes e Zona da Mata. Céu parcialmente encoberto com pancadas de chuva isolada no Oeste, Rio Doce e Região Metropolitana. Demais regiões, parcialmente nublado. Névoa seca no Noroeste e Norte. Máxima em Minas de 37 graus, Norte/Noroeste, e 9 graus no Sul.


De acordo com a Defesa Civil de BH, choveu nas seguintes regiões: Barreiro (12mm), Centro-Sul (11,4mm), Leste (12,6mm), Noroeste (10,4mmm), Pampulha (20mm), Oeste (10,8mm), Norte (1,2mm). Não houve registro de chuva em Venda Nova. A média histórica para o mês é de 14,8mm.

EM viu - Pânico na avenida


Passei 10 minutos de pânico na Avenida Cristiano Machado.  Estava vindo do bairro Jaraguá para a Cidade Nova quando a chuva me pegou na boca da trincheira de acesso à Avenida José Cândido da Silveira. As pedras de granizo batiam na lataria do carro parecendo bombas.  Vi que estava bem alagado e, pior, os carros estavam parados. Bem na frente havia uma viatura da Rotam fazendo não sei o quê. Pensei no fim do mundo e nada saía do lugar. Só depois de uns 10 minutos os carros começaram a se mover. Vi que a chuva estava aumentando e andei mais devagar até chegar em casa. Ufa! (Gustavo Werneck)

 

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