Jornal Estado de Minas

Histórias de cidades do Norte de Minas são remontadas com depoimentos de moradores

Documentários com relatos dos moradores foram exibidos gratuitamente para a população das cidades - Foto: Divulgação
A preservação da memória, da história e da identidade das cidades a partir de relatos dos seus habitantes. Esta é a filosofia do projeto “Moradores – A Humanidade do Patrimônio”, que acontece nesta semana, envolvendo dois municípios do Norte de Minas: Montes Claros e Bocaiuva.  A iniciativa envolve fotografias, literatura e contação de histórias por meio da produção de documentários, exibidos gratuitamente para a população.

“O objetivo é despertar nas pessoas o sentimento da preservação da memória da cidade a partir da história de cada um”, afirma Marcus Desimoni, um dos realizadores do  “Moradores – A Humanidade do Patrimônio. Criado em 2012, o projeto já passou por cinco estados, 15 cidades e registrou a história de aproximadamente 3 mil pessoas. Foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como uma ação de sucesso em educação patrimonial.

Em Montes Claros, as atividades acontecem na Praça da Matriz, a mais antiga da cidade, onde ocorreu a solenidade de abertura, domingo à noite. Foi exibido um curta-metragem – (25 minutos de duração), com depoimentos de moradores da cidade.

Foram entrevistas e fotografadas cerca de 200 pessoas no município. Segundo Desimoni, além de pessoas comuns – escolhidas aleatoriamente, foram focalizadas personagens conhecidos da cidade, como o Mestre Zanza, cujo nome de batismo é João Pimenta dos Santos, de 85 anos, que comanda os catopés das centenárias Festas de Agosto de Montes Claros. Neste ano, Mestre Zanza completa 80 anos como catopé, pois começou a partir das manifestações folclóricas com apenas cinco anos de idade.



Dentro do projeto “Moradores” foi exibida na Praça da Matriz uma enorme foto do mestre Zanza em preto e branco. Outra personagem da cidade entrevistada pela equipe de produção  é a escritora Amelina Chaves, que também teve a sua fotografia exibida na Praça da Matriz.

Ao todo, são 14 fotografias de moradores em painéis gigantes espalhado pelo local.  A atividade prossegue em Montes Claros até o próximo dia 8 de agosto. Em Bocaiuva, a exposição ocorre na Praça Pedro Caldeira, até o próximo domingo (dia 5).

De 2002 a 2017, o projeto contemplou  Belo Horizonte e outras cidades mineiras como Ouro Preto, Mariana, Diamantina, Tiradentes, São João Del Rei, Juiz de Fora, Ipatinga e Itatiaiuçu. Também foi levado a municípios de outros estados como Campinas (SP),  Paraty (RJ), Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).

Na temporada 2018 o projeto é viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com o patrocínio da empresa Oi. A ação já passou também pelo Serro e São Gonçalo do Rio das Pedras (região do Alto Jequitinhonha).  Em agosto, as atividades serão desenvolvidas no município de Muriaé (Zona da Mata). Em dezembro, a delegação do “Moradores – a Humanidade do Patrimônio” vai aportar no Rio de Janeiro, na do Largo do Machado, no Bairro do Catete. .