Jornal Estado de Minas

Metade das capivaras que vivem na Lagoa da Pampulha foram esterilizadas, diz PBH


Depois de sete meses do início dos trabalhos, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) conseguiu realizar o manejo de 50% das capivaras que vivem no entorno da Lagoa da Pampulha. A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Os serviços tiveram início em novembro do ano passado. A expectativa da administração municipal é intensificar os trabalhos e terminar a esterilização dos animais em outubro. A ação é importante para  evitar o contágio da febre maculosa – doença transmitida pelo carrapato-estrela, que tem na capivara um dos hospedeiros.

De acordo com a PBH, aproximadamente 30 animais já foram capturados. Elas foram atraídas por alimentos, chamados de iscas, como o milho. Em seguida, levadas para uma área de contenção no Parque Ecológico da Pampulha.  No parque, os roedores são sedados, anestesiados e levados para um bloco cirúrgico dentro das dependências da unidade de conservação.


As capivaras passaram por um procedimento cirúrgico para a esterilização (ligadura de trompas nas fêmeas e vasectomia nos machos). Depois, receberam a aplicação de carrapaticida no corpo e receberam um microchip, que foi inserido sob a pele. No pós-operatório, recebem medicação para dor e antibióticos. Recuperadas, retornam para a orla da lagoa.

A estimativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente é que existam entre 65 a 70 capivaras no entorno da Lagoa da Pampulha. O número pode variar, pois pode haver animais que estão esperando filhotes. A expectativa é terminar o trabalho até outubro deste ano.
“Com a chegada do período de seca e a escassez de alimentos no entorno da orla da Lagoa, a tendência é que os trabalhos ganhem ainda mais agilidade a partir de agora. A previsão é que todas as capivaras estejam esterilizadas até outubro de 2018, prazo final do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público”, explicou a administração municipal por meio de nota.

Os animais passam pelos procedimentos no Parque Ecológico da Pampulha - Foto: Prefeitura de Belo Horizonte / Divulgação

Febre maculosa


O trabalho de manejo das capivaras é importante para a proteção contra a febre maculosa. Os animais servem de hospedeiros para o carrapato-estrela, transmissor da doença. Neste ano, já foram registrados sete casos da moléstia, sendo que dois pacientes morreram. Em 2017, foram 34 confirmações, e 18 óbitos.

O período seco, compreendido entre junho e novembro, é quando acontece o maior número de casos da enfermidade. Por causa disso, alguns cuidados devem ser tomados pelos moradores.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), os moradores devem fazer inspeções no corpo em intervalos curtos de tempo, quando estiver em áreas favoráveis a presença de carrapatos. A medida é importante, pois quanto antes os carrapatos sejam identificados e retirados do corpo, menor a chance da transmissão da febre maculosa.

Os sintomas comuns da doença são febre, dor de cabeça, dores musculares, mal-estar, náuseas e vômitos. Em alguns casos, pode ocorrer uma erupção cutânea, frequentemente com pele escurecida ou incrustada no local da picada do carrapato. .