Jornal Estado de Minas

Professores das Umeis decidem suspender greve que já dura 51 dias


Os professores da educação infantil de Belo Horizonte decidiram, em assembleia realizada na tarde desta terça-feira em frente a sede da Prefeitura, suspender por um dia a greve da categoria, que já chegou a 51 dias. Um novo encontro foi marcado pelos educadores na próxima quinta-feira, quando vão definir se voltam a paralisação ou continuam com a suspensão.

No encontro desta tarde, os professores decidiram pela suspensão. Nesta quarta-feira, uma reunião está marcada às 14h entre representantes da categoria e o prefeito Alexandre Kalil (PHS), onde vão retomar a negociação. A promotora de Justiça da Defesa da Educação, Carla Maria Alessi, também deve participar.

Os professores da educação infantil reivindicam mudanças no plano de carreira da categoria. Os educadores cobram a equiparação salarial entre os profissionais dos ensinos infantil e fundamental. Atualmente, conforme o Sind-Rede/BH, os profissionais das Umeis começam a carreira recebendo R$ 1.450 (nível um), enquanto os educadores do ensino fundamental a iniciam com R$ 2.200 (nível 10).

Os valores informados são brutos. Para equilibrar a conta, a categoria apresentou uma proposta de escalonamento. Nessa oferta, os professores da educação infantil atingiriam o nível cinco em junho, o oitavo degrau em dezembro e a escala 10 em julho de 2019.

Na proposta inicial da PBH, os educadores que têm curso superior em pedagogia ou normal superior e ainda não tiveram progressão por escolaridade, inclusive os que estão em estágio probatório, avançariam até quatro níveis da carreira, e teriam um ganho de 21,55% no vencimento básico. A proposta anterior era de aumento de três níveis na carreira e ganho de 15,76% no vencimento básico, segundo o Executivo municipal.

Encontro

Vereadores de Belo Horizonte tiveram um encontro com o prefeito Alexandre Kalil na manhã desta terça-feira para discutir o assunto. Ficou acertado, segundo o vereador Léo Burguês – líder da base do governo na Câmara – que os professores que voltarem às salas de aula até sexta não terão o ponto cortado. A condição é de que as aulas perdidas sejam repostas. Ainda segundo o vereador, 80% dos professores já retornaram às atividades.
Kalil anunciou que só voltaria a negociar com a categoria após a volta às aulas.

"A base de governo veio aqui com o prefeito Alexandre Kalil para fazer um pedido. Nós temos cerca de 80% dos professores da educação infantil já em sala de aula. O pedido é que esses professores que já voltaram, que não tenham os cortes dos 50 dias, desde que façam a reposição das aulas. Além disso, foi decidido na reunião que os outros professores que retornarem até a sexta-feira também não terão os dias cortados", explicou Léo Burgues à imprensa.
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