Jornal Estado de Minas

Professores das Umeis que voltarem ao trabalho até sexta não terão ponto cortado, diz vereador

Após 51 dias do início da greve dos professores da educação infantil de Belo Horizonte, o vereador Léo Burguês – líder da base do governo na Câmara – anunciou, em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (12), que os professores que voltarem às salas de aula até sexta não terão o ponto cortado. A condição é de que as aulas perdidas sejam repostas. 26 parlamentares se reuniram nesta manhã para discutir o assunto com o prefeito Alexandre Kalil (PHS). 

Ainda segundo o vereador, 80% dos professores já retornaram às atividades. Kalil anunciou que só voltaria a negociar com a categoria após a volta às aulas.

"A base de governo veio aqui com o prefeito Alexandre Kalil para fazer um pedido. Nós temos cerca de 80% dos professores da educação infantil já em sala de aula. O pedido é que esses professores que já voltaram, que não tenham os cortes dos 50 dias, desde que façam a reposição das aulas. Além disso, foi decidido na reunião que os outros professores que retornarem até a sexta-feira também não terão os dias cortados", explicou Léo Burgues à imprensa.


Ele ainda acrescentou que: "o prefeito assumiu que após o retorno às salas de aula, em menos de 24h ele se reunirá com a categoria. Caso os professores retomem às aulas de manhã, à tarde o Kalil retomará as negociações."

Segundo Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede BH), os professores vão realizar uma assembleia ainda hoje, às 14h30. Caso seja cumprida a proposta de atender os professores no mesmo dia da volta às aulas, a suspensão da greve será colocada em votação durante o encontro.

"Nós queremos que ele (Kalil) receba a comissão da categoria após a votação da assembleia e suspensão da greve. Mas a comissão de deputados que o Kalil atendeu ontem (segunda-feira) afirmou que ele nos atenderia apenas no dia seguinte. Se ele for atender a revindicação em menos de 24 horas, nós achamos bem melhor e existe a chance de suspender a greve", disse Neide Resende, representante da Sind-Rede BH. 

Sobre a reposição das aulas, ela foi enfática: "Achamos que a reposição é possível sim. Mas nós acreditamos que quem puder repor, que reponha.
Os professores que não quiserem, devem ter o seu direito garantido."

REIVINDICAÇÕES Com  a paralisação da educação infantil, a categoria reivindica mudanças no plano de carreira da categoria. Os educadores cobram a equiparação salarial entre os profissionais dos ensinos infantil e fundamental. Atualmente, conforme o Sind-Rede/BH, os profissionais das Umeis começam a carreira recebendo R$ 1.450 (nível um), enquanto os educadores do ensino fundamental a iniciam com R$ 2.200 (nível 10). Os valores informados são brutos. Para equilibrar a conta, a categoria apresentou uma proposta de escalonamento. Nessa oferta, os professores da educação infantil atingiriam o nível cinco em junho, o oitavo degrau em dezembro e a escala 10 em julho de 2019.

Na proposta inicial da PBH, os educadores que têm curso superior em pedagogia ou normal superior e ainda não tiveram progressão por escolaridade, inclusive os que estão em estágio probatório, avançariam até quatro níveis da carreira, e teriam um ganho de 21,55% no vencimento básico. A proposta anterior era de aumento de três níveis na carreira e ganho de 15,76% no vencimento básico, segundo o Executivo municipal. (com Simon Nascimento *)

*Estagiário sob supervisão da subeditora Regina Werneck
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