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Duplicação sem fim mantém tragédias recorrentes na BR-381'Foi um dos mais brilhantes nas redações', diz jornalista do EM sobre Ronaldo LenoirAcidente com caminhão desgovernado mata jornalista e criador de site na BR-381A filha do casal, a também jornalista Carolina Lenoir, atribuiu o grande número de pessoas que passaram pelo velório ao carisma e caráter do pai. Chocada com a violência do acidente que acabou em ceifar a vida dos dois profissionais da comunicação, apelou às pessoas para a reflexão pelo grande número de famílias que choram pelos mortos vítimas das imprudências e do traçado mortal da rodovia.
O jornalista e violeiro Paulo Mourão lembrou seu primeiro trabalho com Ronaldo: “Não nos conhecíamos até que em 1993, junto com o colega Francisco Daher, fomos lançar um jornal no Amapá”, de propriedade de um grupo político do estado. Na véspera do lançamento a matéria principal foi vetada pela direção do veículo, por se tratar de personagens de grupo político adversário. “Lenoir chamou a direção e sustentou a importância da matéria, que acabou sendo publicada na íntegra, demonstrado seu caráter ético e profissionalismo”.
Carlos Herculano, jornalista e escritor, colega de redação de Ronaldo no jornal Estado de Minas, se disse honrado pela oportunidade de ter vivido e trabalhado por vários anos com o amigo. “Me impressionava seu senso de solidariedade com os colegas. Sempre disposto a ajudar e sempre muito discreto e educado”.
Os dois profissionais da comunicação foram mortos em acidente ocorrido no final da tarde de quinta-feira (3/5) na BR-381, próximo à cidade de Nova Era, quando voltavam de encontro de trabalho na cidade de Ipatinga, no Vale do Aço, região leste do estado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a batida foi causada por um caminhão-baú, carregado de sacos de carvão para churrasco. Todos os veículos envolvidos, sendo o caminhão, uma carreta, uma van e três carros de passeio, seguiam no sentido João Monlevade/Belo Horizonte e estavam em uma fila, cujo primeiro veículo era a carreta de minério.
O jornalista Ronaldo Lenoir tinha 63 anos, era casado e deixa duas filhas: Camila Lenoir, formada em Direito, e Carolina Lenoir que, inclusive, seguiu os passos profissionais do pai e atuou como repórter do Estado de Minas.
Ronaldo se formou em jornalismo em 1987 e trabalhou como subeditor de política do EM entre setembro de 1996 e outubro de 2003. Lenoir também foi editor, redator e repórter dos cadernos de Política e Economia dos Jornais Diário do Comércio, Hoje em Dia e na Rádio Itatiaia.
Durante os governos de Hélio Garcia (1992-1994) e Aécio Neves (2003-2007), Ronaldo Lenoir também ocupou o cargo de Superintendente de Imprensa na Secretaria de Estado e Comunicação de Minas Gerais. Entre 2007 e 2012, Lenoir trabalhou como assessor de comunicação da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig).
Ronaldo trabalhou na criação do site de notícias BHAZ junto com o empresário Pedro Guadalupe. Atualmente, Lenoir prestava consultoria na área de comunicação digital para o site e outras empresas.
Já Guadalupe, nascido em dezembro de 1985, era especializado em Marketing Digital, criou e era diretor do site BHAZ. Pedro trabalhou na área de criação digital de agências publicitárias ao longo de sua carreira.
Pedro também acumulou experiência como consultor de marketing digital em campanhas políticas de partidos como PSDB, PP e Democratas e entidades como a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Pedro Guadalupe tinha 33 anos e deixa uma filha, de dois anos, e a esposa, além de dois filhos, de outro relacionamento. Guadalupe é filho de Jacyntho José Lins Brandão, professor do curso de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)..