Jornal Estado de Minas

'Maníaco da Janela' tem histórico de problemas com vizinhos na zona sul de BH

- Foto: Polícia Militar/Divulgação

A denúncia de um tiro disparado por um morador do Bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, contra um garçom da vizinhança levou a polícia a um verdadeiro arsenal, acompanhado de pólvora e farta munição, guardados no imóvel do suspeito. Com histórico de problemas com vizinhos, de quem ganhou o apelido de “Maníaco da Janela” pelo hábito de olhar insistentemente para o interior de moradias vizinhas, o homem foi preso com várias armas com registro de colecionador em seu apartamento na Rua São Domingos do Prata, no Bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Segundo a Polícia Militar, tudo começou quando C.S.J., de 50 anos, atirou na direção de um funcionário de um bar da região que estaria colocando lixo em um local que desagradou ao acusado do crime. Testemunhas contaram à PM que o homem já foi alvo de reclamações de vários moradores do bairro, pelo costume de olhar insistentemente para janelas de residências vizinhas, o que lhe valeu o apelido.

Segundo o tenente-coronel Júlio César Gomes Meneguite, comandante do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), nenhum dos disparos acertou o homem, mas ele foi agredido com uma coronhada na cabeça. A vítima, que não quis se identificar, afirmou que não tinha nenhuma rixa com o agressor. “Comigo não tinha nada. Mas ele já brigou outras vezes com pessoas da região”, disse.
Ele afirma que não teme que o suspeito acabe ficando solto. “Estou tranquilo”, resumiu.

A equipe do Estado de Minas esteve nas imediações da casa do autor do crime e também do bar onde trabalha o funcionário agredido, separados apenas por um quarteirão da Rua Viçosa. Com medo de represálias, muitas pessoas abordadas não quiseram dar declarações, mas a grande maioria deixou claro que o homem preso pela PM é conhecido no Bairro Santo Antônio por seus problemas com a vizinhança.

- Foto: Arte EMDuas pessoas que pediram anonimato disseram ter presenciado o acusado em atitude suspeita na quarta-feira, antes de ele fazer os disparos e agredir o garçom, de 22 anos. Uma delas confirmou que ele tem o hábito de ficar na janela olhando para os vizinhos. “Ontem, eu o vi exibindo armas na janela.
Ele ficava mostrando as pistolas e olhando para a rua”, afirma. Já outra pessoa disse que ouviu tiros no fim da noite, no momento em que a PM foi chamada. “Ouvi o barulho, vi que ele estava segurando alguma arma e logo depois entrou no prédio”, diz.

No momento da chegada da PM no local, o autor não estava, mas testemunhas apontaram seu endereço. Como ele se recusou a abrir a porta, a fechadura foi arrombada e os militares entraram no imóvel, encontrando o suspeito dentro do apartamento, acompanhado de um idoso, que seria seu pai, e de uma cuidadora do senhor. “Ele se identifica como policial civil, mas não é da polícia, e já tem passagens anteriores por disparos de arma de fogo”, afirma o tenente-coronel Júlio Meneguite.

No local, foram encontradas três pistolas calibre .380, duas pistolas calibre .40, uma carabina Winchester calibre .44, uma escopeta calibre 12, além de muita munição e carregadores de armas. Ainda segundo o comandante do Batalhão Rotam, como o autor não apontou de qual arma foram feitos os disparos, todo o arsenal foi apreendido, após contato prévio com a Polícia Civil. A maioria das armas tinha o registro de colecionador, conforme o tenente-coronel.


Como a vítima da primeira ação foi atingida por uma coronhada, ela foi encaminhada para o hospital, onde foi atendida e acompanhou o encerramento da ocorrência. A cuidadora do idoso que estava na casa informou que foi obrigada a manter a porta fechada quando os policiais chegaram. O caso foi encaminhado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil do Barreiro e não havia sido encerrada até o fechamento desta edição. O Estado de Minas tentou, mas não conseguiu contato com o acusado ou alguém que pudesse falar em seu nome.

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