Jornal Estado de Minas

Cidades mineiras devastadas pela chuva de 2017 ainda aguardam socorro

Várias cidades da Zona da Mata, como Urucânia, arrasada pela chuva no fim do ano passado e onde 25 pontes foram destruídas, não conseguiram voltar à normalidade e continuam à espera de socorro federal - Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação
Enquanto temporais seguem trazendo prejuízos e transtornos à população de Belo Horizonte e diversas regiões do interior, como a Zona da Mata, municípios que foram devastados por temporais ainda em dezembro não conseguiram se reerguer e continuam à espera de verbas. Se a batalha em muitas dessas cidades ainda é para limpar os estragos das tempestades mais recentes, em Urucânia, município de 10.500 habitantes, os estragos de três meses atrás ainda não puderam ser totalmente reparados. “Temos muitos estragos. A gente conserta, mas como a chuva não para, a coisa piora de novo. Técnicos do governo federal estiveram aqui, mas ainda não conseguimos recursos para as obras necessárias”, disse o prefeito do município, Frederico Brum de Carvalho.

Em Rio Casca, de 14.200 habitantes, os estragos de enchentes ainda estão visíveis e a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) precisa se preocupar com as encostas de áreas de risco que ameaçam ruir com as chuvas. No município de Santa Cruz do Escalvado, de 5 mil habitantes, os recursos poderiam auxiliar na reconstituição de pontes, drenagens de córregos e na construção de um novo imóvel para a policlínica que foi arrasada em dezembro.

Em Rio Casca, a prefeitura ainda trabalha para recompor a cidade depois que praticamente toda a área urbana foi invadida pelo manancial de mesmo nome, um afluente do Rio Doce que atravessa o município. De acordo com o secretário de Governo e integrante do Conselho Municipal de Defesa Civil, José Eduardo Barbosa Couto, a situação de calamidade decretada prossegue e o município aguarda verba federal de cerca R$ 30 milhões. “É o valor necessário para reconstituir as estruturas afetadas pelas enxurradas e para reconstruir edificações danificadas.

Aos poucos estamos retomando a normalidade, mas pelos esforços do município e as orientações da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec)”, disse.

Na cidade, os piores estragos foram no distrito de Vista Alegre, onde as vias inundadas acumularam destroços e moradores passaram muitos dias limpando suas casas. A força da correnteza destruiu completamente dezenas de residências. Em outras, provocou danos irreparáveis em móveis, eletrodomésticos, roupas e documentos. A energia elétrica foi cortada e houve falta de água potável para até para os moradores fazerem comida. Ainda de acordo com o secretário de Governo de Rio Casca, tem chovido com frequência no município, que está em alerta. “Estamos tendo problemas com deslizamentos de terra, pois a cidade é muito acidentada. Mas foram, até agora, ocorrências sem vítimas.
A Defesa Civil municipal tem interditando as áreas de maior risco e orientado os moradores”, afirma.

Segundo o prefeito de Urucânia, Frederico Brum de Carvalho, a cidade continua às voltas com a chuva constante. “Temos 25 pontes para construir em comunidades que tiveram acesso prejudicado. Vários barrancos ameaçam desabar e há casas ameaçadas. Os recursos que precisamos são da ordem de R$ 1 milhão, mas não veio nada ainda de Brasília”, disse.

Nem mesmo verbas de menor montante chegaram, como ocorreu em Santa Cruz do Escalvado, que pleiteia R$ 200 mil para estragos de três meses atrás. “Tudo que fizemos foi a partir de recursos próprios do município. Não veio nada do governo federal. Fizemos muita limpeza e abertura de acessos, mas há obras maiores que precisariam dessas verbas”, afirma o coordenador da Defesa Civil local, Reginaldo Damásio..