O homem conhecido como Maníaco de Contagem, por atacar mulheres em cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi condenado pela quinta vez. Nesta quarta-feira, Marcos Trigueiro foi julgado pelo assassinato da comerciante Adina Feitor Porto, de 34 anos, em Sarzedo, em janeiro de 2009. Segundo a Justiça mineira, cronologicamente ela foi a primeira das cinco vítimas do assassino. O júri considerou o réu culpado e o juiz o sentenciou a 30 anos e cinco meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, estupro e furto. A decisão ainda cabe recurso.
O júri durou aproximadamente 7h. Ele teve início pro volta das 9h desta quarta-feira na Câmara Municipal de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Por volta das 16h, o juiz José Honório de Rezende, leu a sentença.
Leia Mais
Maníaco de Contagem é julgado por estupro e morte de comercianteManíaco de Contagem é condenado por matar vítima de assalto Bando rouba carga de trem, foge na contramão e é preso após perseguição em ContagemO corpo de Adina foi encontrado em 27 de janeiro de 2009, já em estado avançado de decomposição. Foi preciso fazer exames de impressão digital para identificá-la.
Por causa deste crime, Marcos Trigueiro foi denunciado por homicídio qualificado, por constranger mulher a conjunção carnal, mediante violência ou grave apeaça e por furto, com agravante de reincidência. As qualificadoras são por motivo torpe, por meio insidioso ou cruel, com recurso que dificultou a defesa da vítima e apara assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
Esta foi a quinta condenação de Trigueiro. Todas somadas já são 161 anos de prisão contra o Maníaco de Contagem. Ele já foi sentenciado a 34 anos e 11 meses de prisão pelo estupro e morte de Ana Carolina Menezes, atacada no Bairro Alto dos Pinheiros; a 28 anos pelo estupro e morte de Maria Helena Lopes Aguilar, de 48 anos,crime cometido no Bairro Califórnia, Região Noroeste de BH; a 36 anos e nove meses de reclusão em regime fechado pelo estupro, assassinato e furto do celular de Edna Cordeiro de Oliveira Freitas, de 35 anos; e a 31 anos, oito meses e 10 dias de prisão pelo estupro e morte de Natália Cristina de Almeida Paiva, de 27 anos. Além disso, ele também foi condenado a um ano e seis meses pelo furto de um som na comarca de Brasília de Minas.
Embate entre defesa e acusação
O julgamento teve início com Trigueiro se negando a falar. Questionado pelo juiz, disse que não tinha nada a dizer sobre o crime em sua defesa e confirmou o depoimento dado à Polícia Civil.
De acordo com o TJMG, ela rechaçou a teste da defesa em outros processos criminais afirmando que Trigueiro é doente mental. Para ela, o réu é “louco por conveniência”. "Nunca teve crise, nunca surtou, mas depois que foi preso alega loucura. O problema é de caráter. E a solução pra isso é a cadeia. O sadismo dele era tanto que ele sentia prazer com a morte", ressaltou a representante do Ministério Público de Minas Gerais. "É uma pessoa fria, calculista, que planeja seus crimes. Temos que ter clemência é da vítima, da família que ficou oito dias sem notícia do corpo, dos filhos que vão crescer sem mãe", enfatizou.
Por sua vez, o advogado Rodrigo Randazzo nega que Trigueiro teve intenção de ocultar os corpos das mulheres, e alegou que é simples falar “Vá ao psiquiatra, procure um médico, mas que “a realidade do brasileiro é outra”.
Para Randazzo, a promotoria quer apenas uma pena mais alta. "Não é a finalidade, não é a eficácia da aplicação da pena. É como se fosse um concurso público, o que importa é aumentar a nota", disse. A defesa pediu a desclassificação dos crimes para somente estupro seguido de morte e pede a ausência de dolo no crime de ocultação de cadáver. .