Asfalto estourado, árvores caídas, sujeira nas ruas.... Época de chuva em Belo Horizonte é sinônimo de transtorno, prejuízo e estragos, que muitas vezes demoram a ser reparados. Pior se for em praticamente toda a extensão de uma avenida, cujas obras começaram em 2015 e foram entregues há menos de um ano. Moradores e comerciantes que vivem e trabalham em bairros próximos à Avenida Heráclito Mourão de Miranda, na Região da Pampulha, na capital, estão apreensivos com a situação da via recém-reformada, cujas obras parecem derreter em vários pontos depois de temporais.
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Ontem, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) iniciou os trabalhos de reparo do último problema registrado na avenida que vai desde a Lagoa da Pampulha até o Bairro Alípio de Melo.
A Defesa Civil interditou o local e a BHTrans fez a sinalização, deixando uma única pista para o trânsito. Os funcionários que trabalharam ontem na solução do problema depositaram pedras de grandes proporções no buraco para iniciar o reparo. Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que as causas dos problemas serão avaliadas.
MESMA HISTÓRIA A gerente de uma loja de bicicletas Valéria Cristina Vieira, de 50 anos, aponta que no mesmo ponto já houve outras duas erosões, todas após a obra que alargou o canal do Córrego Ressaca entre abril de 2015 e abril de 2017. “A impressão que eu tenho é que a obra não foi bem executada, principalmente pelo tempo em que nos trouxe transtornos como poeira, barro e dificuldades no trânsito”, afirma.
O dono de um restaurante às margens da avenida, César Daniel Caetano, de 59, não leva fé no reparo.
A obra em questão é a segunda etapa da ampliação da capacidade do Córrego Ressaca, que custou R$ 33,7 milhões aos cofres públicos e teve em seu escopo, além do alargamento do canal, melhorias na geometria da confluência com o Córrego Flor D’Água (que chega da Avenida Presidente Tancredo Neves), com o próprio Córrego Ressaca e a substituição das duas pontes existentes sobre o canal do leito, nas interseções das avenidas Presidente Tancredo Neves e Santa Terezinha.
De acordo com a Sudecap, não houve falha na execução da obra. “As obras da córrego Ressaca têm o objetivo de diminuir as enchentes e minimizar os impactos dos alagamentos no local. Entretanto, desde o final de 2017, as chuvas estão muito acima da média num curto espaço de tempo”, diz o texto enviado pela Sudecap. A empresa responsável foi notificada para refazer as placas de concreto (parede do canal) que caíram devido às chuvas intensas de 30 de dezembro e esse serviço já foi concluído.
OUTROS PONTOS Moradores também relatam problemas no canal da mesma avenida em seu trecho fora da parte que passou por obras, nos bairros Castelo, Serrano, Alípio de Melo e Conjunto Celso Machado. Ao longo da estrutura, é possível ver pontos em que a chuva causou danos recentes, como no ponto em frente ao prédio de número 295. A força da água levou blocos de concreto do canal, conforme moradores e funcionários. Além disso, do prédio citado até o cruzamento com as avenidas Abílio Machado e Brigadeiro Eduardo Gomes, um dos extremos da Heráclito, o matagal toma conta do leito e não é possível sequer observar o Córrego Ressaca. *Estagiário sob supervisão da subeditora Regina Werneck.