Jornal Estado de Minas

Pesquisa mostra que 86,7% dos focos do Aedes aegypti em BH estão nas casas


O pior período de proliferação do mosquito Aedes aegypti se aproxima e junto a ele o alerta para evitar o aumento do número de casos de dengue, chikungunya, e zika. O levantamento do Índice Rápido do inseto, conhecido como Liraa, mostrou que a cada 100 imóveis pesquisados em Belo Horizonte neste mês em 0,3% foram encontrados focos. O valor representa metade da pesquisa realizada no mesmo período do ano passado. Mesmo assim, o estudo mostrou que 86,7% dos criadouros estão dentro dos domicílios.

O boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA) mostra que a cidade tem 854 casos de dengue confirmados. Em outubro, houve um aumento 47% em relação ao mês anterior, saindo de 17 para 25 notificações. A Região de Venda Nova é que mais tem pessoas infectadas, são 143 no total, seguida da Região Noroeste, com 128, e Nordeste, com 105.

A preocupação é que o período de maior incidência da doença se aproxima, que é entre janeiro e abril.
Por isso, a Prefeitura alerta a população para verificar as casas e locais de trabalho em busca de materiais que podem servir criadouros dos mosquitos. “As condições climáticas neste período, com chuva e temperatura relativamente avançada, são favoráveis para a multiplicação do mosquito. Então é fundamental a sinergia entre o poder público e a comunidade”, afirmou subsecretário de promoção e vigilância à saúde, Fabiano Pimenta.

Durante as visitas, os 1,5 mil agentes de endemia e comunitários de saúde orientam a população sobre os perigos de deixar exposto alguns materiais. Mesmo assim, ainda são encontrados criadouros do Aedes aegypti em vários imóveis. Durante o Liraa, 52 mil imóveis foram visitados. Em 86,7% dos focos foram encontrados dentro dos domicílios.
A maioria deles, ou 22%, são os inservíveis – tampinhas, potes de margarina, garrafas – seguido pelos vasos de plantas (16,2%) e pelas caixas d´água (12,1%).

“Temos uma concentração dos focos dentro do ambiente domiciliar. Isso mostra que ainda temos um desafio de transformar o conhecimento da população ações semanais. As pessoas têm que dar uma checada na sua casa, no ambiente de trabalho. Essa ação não gasta mais de meia hora e serve para eliminar potenciais criadouros e ter um período de condições climáticas favoráveis ao mosquito com uma situação epidemiológica tranquila” disse o subsecretário.

Para ampliar a conscientização dos moradores de Belo Horizonte, ações será intensificadas. “Os agentes vão continuar enfatizando sobre esses cuidados nas visitas, continuaremos como Mobiliza SUS, o Bairro em Foco, que escolhe dois bairros com altos indicadores, e também a mobilização em locais com grande movimentação de pessoas, como a Praça da Estação”, comentou Pimenta.

Chikungunya e zika

O balanço divulgado pela SMSA mostra que foram confirmados 76 casos de chikungunya em Belo Horizonte neste ano. Do total, 39 são importados, ou seja, contraídos fora da cidade, e outros 37 autóctones, quando a transmissão foi dentro do município.
Outros 15 casos estão sendo investigados. No próximo ano, a doença ainda é uma preocupação.

“O desafio não é só para BH. Como é uma doença de circulação recente e com baixa transmissão, temos um grande número de pessoas que não tem imunidade, por nunca terem contraído a doença. Então, realmente temos que ficar atentos a essa situação. Mas já treinamos os profissionais de saúde para o diagnóstico da doença e da zika. Quando se detecta um caso suspeito é dado prioridade. Há a intensificação de combate o vetor naquele local, onde a pessoa assintomática mora. Realizamos a operação pente fino e concentramos os agentes na região onde aconteceu o contágio”, completou o subsecretário.

Em relação ao Zika, foram registradas 149 notificações da doença, sendo 111 em pessoas residentes de Belo Horizonte, e 38 de outros municípios. Deste total, 18 casos foram confirmados.
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