Jornal Estado de Minas

Policial é indiciado por homicídio de jovem em Ouro Preto

A Polícia Civil de Minas Gerais em Ouro Preto finalizou o inquérito que apurava a morte do jovem Igor Arcanjo Mendes, 20 anos. O fato ocorreu em 15 de setembro, quando o rapaz e outros cinco amigos, que estavam dentro de um veículo, foram abordados em uma blitz policial. Um homem – que não teve identidade divulgada –, de 29, foi indiciado por homicídio.

De acordo com as investigações, a vítima estaria a caminho de um show na cidade e estava sentado no banco de passageiro ao lado do motorista. "Os levantamentos apontam que entre o momento da ordem de parada do carro até o instante do disparo de arma de fogo, não haveria tempo suficiente para que as pessoas abordadas descessem do veículo", afirma a nota divulgada na Polícia Civil.

Outros três investigados foram indicados por abuso de autoridade, prevaricação e por conduzir e ouvir menor de idade em procedimento militar sem a presença de represente legal. O inquérito foi concluído na última terça-feira e "baseado em provas técnicas, consistentes nos laudos periciais e depoimentos dos envolvidos e testemunhas."

 Sobre o crime

 O jovem de 20 anos morreu baleado durante uma abordagem policial na noite de 15 de setembro em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais. Igor Arcanjo estava em um Fiat Palio ao lado de outros cinco ocupantes quando uma viatura sinalizou para que o motorista do veículo parasse. Na versão divulgada pela PM na época do ocorrido, a vítima teria feito um movimento brusco no momento em que recebeu a ordem de descer do carro, o que fez com que um dos agentes acreditasse que ele sacaria uma arma de fogo.
O policial disparou contra Igor, que foi atingido na cabeça e morreu no local.

O caso ocorreu próximo ao local conhecido como 'Morro da Forca'. De acordo com a versão contada pelos militares, o veículo em que Igor estava trafegava acima do limite de velocidade permitida para a via, o que levantou suspeita de irregularidades. Ao dar ordem de parada, os policiais não teriam sido atendidos imediatamente. Segundo os agentes da corporação, Igor era um dos passageiros e estava no banco da frente. Ao receber ordem para sair do carro, a polícia afirma que ele levou as mãos à cabeça, mas, em seguida, fez um movimento rápido em direção ao porta-luvas do carro. Em resposta à ação de Igor, o comandante da equipe policial atirou em direção ao jovem.


Ferido na cabeça, ele chegou a ser levado para uma Unidade de Pronto Atendimento de Ouro Preto, mas já chegou morto. Porém, a versão foi logo questionada por Giovanni Arcanjo João, tio de Igor. "O que aconteceu não foi despreparo, foi execução", afirma. "Meu sobrinho morreu nesse horário e nós só fomos avisados às 4h do dia seguinte. Apreenderam os celulares de todo mundo que estava no carro. Não deixaram ninguém avisar a família", conta Giovanni. .