Jornal Estado de Minas

Mulheres manifestam a favor do Hospital Sofia Feldman

Para chamar a atenção do poder público para a crise financeira do Hospital Sofia Feldman, mulheres realizam na manhã desta terça-feira o ato “Pelas crianças, pelo Sofia”, na Praça da Liberdade, no Bairro do Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A mobilização conta com o apoio dos profissionais, residentes, usuárias, conselheiros, voluntários, amigos e comunidade.

O intuito é dar visibilidade para a grave situação, que segundo o hospital, já tem reflexos no atendimento. Segundo o texto enviado pela instituição, o diretor técnico-administrativo, Ivo de Oliveira Lopes, afirma que "o Sofia agoniza imerso em leitos vazios."  Com receita sem reajuste desde 2013, um déficit operacional mensal, salários atrasados e dificuldades na aquisição de insumos, o hospital conta com uma receita média mensal de R$5.000.000,00 e um custo mensal de R$7.200.000,00.

Portanto, o que leva hoje a um de déficit mensal de R$ 1.700.000,00, acrescido de R$ 500 mil referente à parcela para pagamento do adiantamento de receita de R$ 5 milhões feito pela Prefeitura Municipal, em março deste ano, que está sendo descontado em 10 parcelas. "A receita é proveniente de recursos públicos dos governos estadual e federal, não havendo aportes financeiros da gestão municipal de Belo Horizonte, que apenas realiza o repasse dos recursos", afirma o texto.

Renata Drumond, 33 anos, conta que a primeira filha, Ester, nasceu no Sofia por meio de parto natural no "banquinho", na Casa de Parto. Agora, espera a segunda filha, Laura. "Estou com 7 meses de gestação. Não existe um lugar melhor para parir que não seja o Sofia", afirma.
Ela ainda completa que lá é um lugar de "carinho e afeto": "No contexto Brasil atual, em que não somos respeitadas no nosso momento de parto, seria uma perda para o país", conta.

O Sofia é um hospital 100% SUS, filantrópico. Mantem as ‘portas abertas’ e é referência no modelo de assistência humanizada à mulher, recém-nascido e família.

A Secretária Municipal de Saúde (SMSA) afirma que mantém diálogo constante com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) para solucionar a atual situação do Hospital Sofia Feldman. Na próxima semana está prevista uma nova reunião entre SMSA e SES para este fim.  "A PBH paga em dia pelos serviços prestados pelo Hospital Sofia Feldman. Este ano, ao tomar ciência das dificuldades financeiras por que passa a instituição, a PBH e a SMSA realizaram um adiantamento excepcional no valor de R$ 5 milhões, para a gestão do hospital", afirma a nota. 

 

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