Jornal Estado de Minas

'Ela foi uma verdadeira heroína', diz prefeito sobre professora morta em tragédia de Janaúba

Foi confirmada a oitava morte da tragédia de Janaúba, no Norte de Minas. Na noite desta quinta-feira, o Corpo de Bombeiros e a Prefeitura da cidade informaram que a professora Helley Abreu Batista, de 43 anos, não resistiu às queimaduras que atingiram 90% do corpo dela. A funcionária trabalhava no Centro Infantil Gente Inocente, no Bairro Rio Novo, onde o vigia Damião Soares dos Santos, de 50, ateou fogo em alunos, funcionários e ao próprio corpo. A professora, segundo o prefeito da cidade, Carlos Isaildon Mendes (PSDB), foi “uma verdadeira heroína. Ela entrou e saiu três vezes da sala de aula para tentar salvar as crianças”, disse.

Helley era funcionária efetiva do centro infantil e morava no município de Nova Porteirinha, separado de Janaúba por um rio. O corpo da professora ficou tão queimado que foi reconhecido pelo marido por meio da arcada dentária. Outra tragédia marcou a vida da família.
No ano passado, o casal perdeu uma filha, vítima de afogamento.

Além de Helley, também morreram seis crianças, alunas do centro infantil. Três meninos e uma menina haviam falecido ainda no local, de manhã, no momento da tragédia. As vítimas são Luiz David Ferreira, Ana Clara Ferreira da Silva, Ruan Miguel Santos Silva, Juan Pablo Cruz dos Santos, todos de quatro anos. No início da noite, faleceram Renan Nicolas dos Santos Silva, de 6 anos, que estava com 90% do corpo queimado, e Cecília Davina Gonçalves Dias, de 4 anos, que teve 80% do corpo atingido pelas chamas. Eles morreram quando eram transferidos. O autor do crime Damião Soares dos Santos, de 50, faleceu no Hospital Regional de Janaúba.
Com isso, chega a oito o número de mortos chega a oito.

Além das crianças e adultos feridos gravemente, houve outros casos de alunos e funcionários da creche que foram atendidos no hospital de Janaúba, por terem inalado fumaça. De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Janaúba, Damião chegou à creche com uma mochila rosa nas costas.

Ao tocar a campainha, funcionários teriam achado estranho a presença do vigia fora do horário de trabalho, mas ele teria dito que iria entregar um atestado médico à direção da unidade. Damião levava na bolsa uma vasilha (pote de sorvete) com um líquido inflamável, possivelmente gasolina, que usou para atear fogo nas crianças e no próprio corpo. A sala onde os alunos estavam tem grades na janela e teto de PVC, uma espécie de material plástico, também inflamável..