Separadas ainda na infância, as irmãs Maria das Graças Oliveira, de 53 anos, e Milene de Oliveira, de 48, se reencontraram nesta sexta-feira, depois de 46 anos, na Divisão de Referência da Pessoas Desaparecida (DRPD). Era um dia qualquer, do ano de 1971, quando um conflito familiar levou o pai delas a um ato radical. Junto com um irmão, elas foram levadas à estação ferroviária de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e entregues a estranhos.
Passadas mais de quatro décadas, o que ficou na lembrança das irmãs daquele dramático dia, foi o choro do irmão ao vê-las partindo no trem. O nome dele, elas arriscam alguns palpites: Grimanelson, Glimaltino ou Glimaldino. As mulheres não sabem o destino que o pai delas, que possivelmente se chama Walter Oliveira dos Anjos, deu ao irmão. O nome da mãe delas é Emília.
Alice Oliveira, filha da Maria das Graças, há 40 dias procurou a Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida com o sonho de encontrar a tia Milene. Inicialmente, tudo parecia impossível, pois as duas irmãs ganharam novos nomes na infância e documentos com dados dos pais adotivos.
Elas se esforçam para lembrar seus nomes iniciais, que seriam Grimanélia Oliveira dos Anjos (Maria das Graças) e a outra, a mais nova, que na época devia ter 3 anos, Branca de Neve (Milene).
O objetivo das irmãs agora é de reencontrar o irmão ‘Grimanelson’. A DRPD, embora especializada em desaparecimentos, realiza essa ação de reencontro de pessoas que por algum motivo se separaram de suas famílias como extensão de seu trabalho social.