Jornal Estado de Minas

Tremor em Montes Claros vira #terremoc no Twitter e entra nos assuntos mais comentados

O tremor de terra que assustou moradores de Montes Claros, no Norte de Minas, figura entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil nesta quarta-feira. O fenômeno foi registrado pouco depois das 6h e, segundo dados preliminares do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis/UnB), alcançou 2,1 graus na Escala Richter.

A hashtag #terremoc, usada pelos moradores na rede social, está em 5º lugar entre os asssuntos mais comentados da manhã e rendeu um Moments, plataforma onde é possível criar uma história a partir dos tweets.

O Corpo de Bombeiros de Montes Claros recebeu 16 chamadas após o tremor, registrado às 6h09. Uma delas foi de um morador do Bairro Sumaré, que relatou ter rachaduras na parede de casa. A informação é de que antes havia uma única rachadura pequena mas, com o tremor de hoje, a situação piorou. O Corpo de Bombeiros recomendou que a família fique atenta aos danos. Não há registro de feridos na cidade.

Segundo os moradores, o tremor durou em torno de cinco segundos e foi forte, percebido em bairros distantes uns dos outros, como o Centro, Independência, Todos os Santos, Sumaré, Santos Reis e Edgar Pereira.

Neste último, uma moradora comentou: “Fiquei tão assustada que pulei da cama”.  Apesar do susto, a maioria dos comentários na internet são bem humorados. Confira:



No início desta tarde, o Núcleo de Estudos Sismológicos (NES) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) divulgou uma nota oficial sobre o tremor de terra. Leia na íntegra:

“De acordo com os dados preliminares do Observatório Sismológico, da Universidade de Brasília (UnB), o tremor de terra registrado no município de Montes Claros, no início da manhã desta quarta-feira (6/9), foi de 2,1 graus de intensidade na escala Richter. Os números foram coletados in loco na estação do Parque Lapa Grande, coordenada pelo Núcleo de Estudos Sismológicos da Unimontes.

Os números referentes a Montes Claros foram encaminhados para processamento pela UnB para o cruzamento de dados com os registros apurados nas estações sismográficas de Januária e Diamantina.

O trabalho irá também apontar a localização exata do epicentro e se houve os chamados tremores secundários, que não foram percebidos na superfície.

O NES/Unimontes segue o trabalho para a divulgação de informações precisas e confiáveis, a partir de dados oficiais apurados pelas instituições conveniadas para os estudos sismológicos em Montes Claros.”


SAIBA MAIS No início deste ano, um levantamento sobre a ocorrência de tremores elaborado pelo Nucleo de Estudos Sismológicos (NES) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) mostrou que Minas Gerais foi o estado brasileiro com maior número de abalos sísmicos em 2016. Foram 88 tremores de terra  ocorridos em todas as regiões mineiras durante o ano, sendo o maior deles, de 3,7 graus na Escala Richter, registrado em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 2 de maio.

Dos 88 tremores registrados em Minas no ano passado, 36 ocorreram em municípios próximos a Belo Horizonte e 34, no Norte de Minas.

O município mineiro com maior quantidade de abalos no período analisado na pesquisa da Unimontes foi Montes Claros.
Foram registrados na cidade do Norte de Minas 172 tremores de terra entre 1º de janeiro de 1824 e 12 de janeiro de 2017. O maior deles, de 4 graus na Escala Richter, aconteceu em 19 de maio de 2012. A cidade chegou a receber uma missão do Japão para orientar os moradores sobre como proceder durante os tremores.

Estudos apontam que os sucessivos abalos na cidade norte-mineira têm como causa uma falha geológica situada entre 1,5 mil e 2 mil metros de profundidade, com cerca de três quilômetros de extensão, partindo da região do Parque Estadual da Lapa Grande em direção à área urbana.

Os tremores e a existência da falha geológica motivaram a instalação de nove sismógrafos em diversos pontos da área urbana e da zona rural do município, e a própria criação do Núcleo de Estudos Sismológicos da unimontes, implantado com o apoio do governo do estado, do Observatório Sismológico da UnB e da USP. (Com informações de Luiz Ribeiro) .