Jornal Estado de Minas

Bombeiros de BH vão reforçar combate a incêndio no Pico do Itacolomi

O combate ao incêndio que atinge o Pico do Itacolomi, situado entre Ouro Preto e Mariana, na Região Central de Minas Gerais desde segunda-feira, vai continuar hoje, com reforço. De acordo com o major Anderson Passos, do Corpo de Bombeiros, 16 militares do 1º Batalhão de Belo Horizonte foram deslocados para o local. Segundo ele, aproximadamente 50 homens iniciariam o combate ainda na madrugada. O fogo se espalhou rapidamente e atingiu uma área de difícil acesso e permanecia descontrolado até a noite de ontem. Ao menos 25 pessoas participaram do combate ao longo do dia e contaram com a ajuda de aeronaves do Instituto Estadual de Florestas (IEF).

De acordo com o funcionário do parque Felipe Marcos, o incêndio está em uma área de difícil acesso, o que dificulta a ação dos brigadistas. “O acesso é o principal problema. Lá, só se consegue chegar por meio terrestre, a pé. Nem carro chega ao local.
Também estamos sem comunicação, apenas por rádio”, explicou. O fogo se concentrou em uma área chamada de Serrinha, próxima ao distrito de Passagem, que pertence a Mariana. Segundo o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, o incêndio foi detectado no parque por volta das 7h de segunda-feira. As causas ainda serão investigadas. Ainda não há uma estimativa da área atingida.

A unidade de conservação Parque Estadual do Itacolomi fica entre os municípios de Mariana e Ouro Preto, a 100 quilômetros de Belo Horizonte. Foi demarcada e aberta à visitação em 14 de junho de 1967. Um dos destaques da unidade é o Pico do Itacolomi, com 1.772 metros de altitude, e que era o ponto de referência para os antigos viajantes da Estrada Real, que o chamavam de o “Farol dos Bandeirantes”.
A palavra itacolomi vem da língua tupi e significa “pedra menina”. Os índios viam o pico como o “filhote” da montanha ou “pedra mãe”, segundo a descrição do espaço no informativo do Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG).

O parque tem uma área de 7.543 hectares de matas, onde predominam as quaresmeiras e candeias. Nas partes mais elevadas aparecem os campos de altitude, com afloramentos rochosos, onde se destacam as gramíneas e canelas-de-emas. Abriga muitas nascentes, afluentes do Rio Gualaxo do Sul. Animais raros e ameaçados de extinção vivem na vegetação, como o lobo guará, a ave-pavó, a onça-parda e o andorinhão-de-coleira (ave migratória). Também podem ser vistas espécies de macacos, micos, tatus, pacas, capivaras e gatos mouriscos. Levantamentos identificaram mais de 200 espécies de aves, como jacus, siriemas e beija-flores.

OUTROS INCÊNDIOS
Além do parque, outras quatro unidades de conservação de Minas Gerais foram atingidas por incêndios nas últimas 48 horas, segundo o Semad. São elas: Parque Estadual Serra do Papagaio, em Baependi, no Sul de Minas, Reserva de Vida Silvestre Serra das Aroeiras, em Pedro Leopoldo, na Grande BH, Parque Estadual Serra do Rola-Moça, em Brumadinho, também na região metropolitana, e Monumento Natural Serra da Moeda, na Região Central.

No início da noite de ontem, o Corpo de Bombeiros combateu um incêndio na mata da Copasa, ao lado do Parque Rola-Moça, no Bairro Pongelupe, na Região do Barreiro.
Segundo o major Anderson Passos, o local é alvo de incêndios com frequência. “É bem próximo de onde prendemos um incendiário domingo à tarde”, afirma o major. O suspeito, que é apontado como o responsável pelo fogo no parque naquele dia, foi preso com base no artigo 41 da Lei 9.605/98 (Lei de crimes Ambientais), que determina ser crime provocar incêndio em mata ou floresta. com pena de reclusão de dois a quatro anos, mais multa, que de acordo com o Corpo de Bombeiros, é de R$ 3.489,64.

No incêndio de ontem, novamente, as causas humanas são apontadas como a principal suspeita, de acordo com o Passos. Bombeiros militares e brigadistas da Copasa atuaram rapidamente para combater o fogo, mas ninguém foi preso. O tamanho da área afetada ainda será averiguado..