Jornal Estado de Minas

Homem é agredido por quatro jovens em Bom Despacho; polícia investiga homofobia

 

 Por suspeita de homofobia, um homem de 25 anos foi espancado enquanto voltava de uma festa na madrugada do último domingo, em Bom Despacho, Região Centro-Oeste de Minas Gerais. Quatro agressores, de 16 e 17 anos, foram identificados e disseram que só cometeram o ato porque a vítima propôs sexo oral aos mesmos. Segundo a Polícia Civil, os adolescentes foram ouvidos por um juiz em Dores do Indaiá e serão mantidos acautelados.

 A.T. fez um relato no Facebook explicando o ocorrido. De acordo com a vítima, ele teria sido abordado pelos quatro jovens enquanto voltava para casa, momento em que foi agredido por vários chutes e pontapés. "Consegui escapar deles e me esconder em um terreno baldio por cerca de 40 minutos", disse em sua postagem.

Mas, ao pensar que havia despistado os adolescentes, ele foi surpreendido. "Após esse tempo escondido, achei que tivesse me livrado deles.
Saí desse terreno baldio rumo à minha casa, quando me deparei, logo em seguida, com os quatro indivíduos na esquina, usando drogas à minha espera." A agressão só parou, segundo a vítima, quando pensaram que ela teria morrido após desmaiar.

A Polícia Civil disse que o homem sofreu fraturas no cérebro, o que foi comprovado por uma tomografia. Em seu relato, A.T. também disse que quebrou o nariz e o maxilar, e que precisará de uma cirurgia para reconstrução óssea.

REVOLTA A mãe da vítima, E.S., de 45 anos, diz que procurou dois dos quatro agressores para perguntar o motivo da agressão. "Eles me responderam que não tinham motivo, que somente estavam com vontade de bater", contou. Segundo ela, os agressores xingaram seu filho de "bichinha" e "viadinho" enquanto davam tijoladas em seu rosto.

"É um sentimento que não tem explicação É uma dor que não tem como explicar. Revoltante.
É um ser humano, um menino trabalhador, honesto. Todo mundo o conhece aqui", relatou a mãe, que agradeceu o apoio da Polícia Civil na resolução do caso. 


Os adolescentes foram ouvidos por um juiz de Dores do Indaiá e, segundo a Polícia Civil, que investiga o caso, o crime cometido foi o "ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado pelo motivo fútil tentado". A vítima não teve nenhum pertence levado.

"Só tenho a agradecer a Deus por estar vivo. Bom Despacho não é mais nossa cidade sorriso", desabafou o jovem.

*Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie 

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