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Estado de Minas

Corpo do jornalista Artur Almeida deve ser liberado nesta quarta-feira

Âncora do MGTV 1ª edição, da Rede Globo Minas, morreu na noite de segunda-feira em Portugal, onde passava as férias. Perda causou comoção no estado


postado em 26/07/2017 06:00 / atualizado em 26/07/2017 13:43

O apresentador e editor-chefe do MGTV sofreu uma parada cardiorrespiratória em Portugal, onde passava férias(foto: Rede Globo/Reprodução)
O apresentador e editor-chefe do MGTV sofreu uma parada cardiorrespiratória em Portugal, onde passava férias (foto: Rede Globo/Reprodução)
O corpo do jornalista Artur Almeida, apresentador e editor-chefe do MGTV 1ª edição, da Rede Globo Minas, deve ser liberado do Instituto Médico Legal (IML) de Lisboa, em Portugal, nesta quarta-feira, segundo informações da emissora. Acostumado a manter os mineiros informados sobre fatos relevantes, Artur Almeida foi a manchete que causou comoção em todo o estado.

Entre a dor da perda e a gratidão pelos incontáveis gestos de carinho dos fãs, a família providencia o traslado do corpo, que deverá chegar ao Brasil de cinco a sete dias por causa dos trâmites burocráticos. Só então será definido o local do enterro. Autoridades brasileiras tentam agilizar os procedimentos.

Artur estava com amigos num apartamento em Lisboa quando passou mal. Ele foi socorrido, mas seu coração parou de bater ainda na ambulância. A repercussão foi um dos assuntos mais comentados tanto nas redes sociais quanto pessoalmente. Ele era filho do também jornalista Guy de Almeida. E pai da repórter Amanda Almeida, que começou a carreira no Estado de Minas.

Formado pela PUC Minas, em 1983, iniciou a profissão no rádio. O editor-chefe do MGTV trabalhava na Globo havia 20 anos. Foi produtor e repórter. O destaque nas matérias levadas da rua para o estúdio o credenciou a ser um dos principais âncoras da emissora.

A vida de Artur também foi guiada, em parte, pela ditadura. Adolescente, precisou deixar o Brasil: o pai, ex-repórter do periódico Binômio, foi exilado pelo governo militar. O então futuro jornalista morou no Chile, como muitos brasileiros naquela época, e no Peru. A família retornou, em 1976, com a anistia branca.

Foi nesta época que o repórter do EM Ivan Drummond conheceu Artur. “Meu falecido pai, o jornalista Felipe Drummond (nome oficial do estádio Mineirinho), era muito amigo do pai dele. Tanto que ajudou a família do Guy a deixar o Brasil na época da ditadura”, disse Ivan, que ontem foi levar os sentimentos à família do antigo amigo.

E ouviu de Guy a tristeza de um pai que aguarda o corpo do filho: “Ivan, o Artur me surpreendeu ao escolher o jornalismo. Foi uma das maiores surpresas de minha vida. E ele foi muito centrado na profissão. Jamais imaginei enterrar um filho”. Ivan e Artur foram contemporâneos no curso de comunicação na PUC Minas: “Foi um estudante que abraçou o curso de comunicação. Um aluno que se dedicou bem aos estudos”.

Em nota, a Globo destacou o profissionalismo de Artur. “O jornalismo de Minas Gerais perdeu um dos grandes profissionais da sua história. A Globo Minas perdeu um colega, um mestre, um amigo. Um grande amigo que deixa uma enorme saudade”.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) manifesta os pêsames à família: Ética, generosidade, seriedade, bom humor, elegância, competência, discrição são as qualidades de Artur Almeida mais destacadas por colegas de profissão.

Formado em jornalismo pela PUC Minas em 1983, Artur começou a carreira no rádio e em 1987 foi contratado pela TV Globo Minas. Trabalhou como produtor, repórter e tornou-se âncora do MGTV. Em 1998 assumiu a chefia do MGTV 1ª Edição”.

DEPOIMENTO

Benny Cohen, editor de mídias convergentes no Portal Uai


“Conheci o Artur há quase 30 anos. A primeira saída dele para uma reportagem de rua na Globo aconteceu com a minha equipe – e foi logo no Departamento de Investigações da Polícia Civil, o “inferno da Lagoinha”, palco, tempos antes, da sequência de assassinatos entre presos da unidade, em protesto contra a superlotação da cadeia, no episódio “ciranda da morte”. Artur sempre foi aquele típico sujeito boa-praça: educado, gentil, correto, honesto e, sobretudo, bem-humorado. Tinha um jeitão meio introspectivo, que escondia o observador atento, dono de fina ironia para traduzir o que se passava. Isso fez do Artur um grande repórter, com posições políticas que quase ameaçaram a carreira dele em TV. E até isso Artur soube superar com determinação e caráter. Encontrei a última vez com o Artur há menos de dois meses em um casamento. Eu mal podia imaginar que seria última vez em que nos divertiríamos com as boas lembranças dos tempos juntos de redação”.

O apresentador Stanley Gusman, da TV Alterosa, também prestou homenagens ao jornalista Artur Almeida. Assista abaixo:


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