Jornal Estado de Minas

Skinheads acusados de tentar matar punk em 2010 se defendem em audiência


Dois dos três réus acusados de tentar matar, em 2010, um integrante de um grupo “punk” foram ouvidos na tarde desta terça-feira, no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Antônio Donato Baudson Peret, o Donato, e Marcos Vinícius Oliveira de Carvalho, o Popoto, se apresentaram à audiência de instrução, com provas que foram juntadas ao processo, em que tentam se defender da acusação. Os dois, além de Felipe Hilário Figueira, conhecido como Phil, e que está foragido, foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais pelo crime de tentativa de homicídio doloso. O caso ocorreu em 28 de março de 2010, próximo a um restaurante na Rua São Paulo, altura do número 1.444, no Centro. Segundo o MP, os três agiram contra a vítima Luciano Júlio porque pertenciam a um grupo de skinheads, rival dos punks.

Antes da audiência, Marcos Vinícius falou ao em.com e negou participação no crime. “Eu não participei, não estava naquele local e naquele dia. E vim hoje para trazer documentos que provam isso”, informou.
O advogado dele, Edson Martins de Morais, que também é representante de Felipe, apresentou ao juiz um documento, em duas laudas, e uma fotografia. O defensor de Donato também entregou uma prova documental. Nova audiência foi marcada para o dia 21 de setembro e, caso o juiz entenda já ter elementos suficientes, pode definir por dar a sentença definindo se o caso será ou não levado ao Tribunal do Júri.

Na denúncia do MP, entregue à Justiça em 2015, o Ministério Público afirma que o crime teve motivo torpe, praticado com requintes de crueldade e sem dar chance de defesa à vítima. “...os denunciados tentaram ceifar a vida da vítima tão somente porque ela integrava um grupo de punks, rival do grupo skinheads, no qual pertenciam os denunciados”, diz o documento.

A denúncia diz ainda que os acusados agiram com “falta de piedade, agredindo a vítima Luciano Júlio, empurrando-a e desferindo vários chutes e pontapés contra ela, causando-lhe lesões em diversas partes do corpo, inclusive na face, impondo-lhe um intenso e desnecessário sofrimento”.

Uma das testemunhas de acusação ouvidas pelo em.com, que pediu para não ser identificada, confirma as agressões.
“Estávamos no restaurante e dois rapazes chegaram já agredindo o Luciano. Eles o jogaram no chão e começaram e chutá-lo. Eu ainda tentei puxá-lo pelas pernas, mas chegaram mais três e eu então saí correndo para chamar a polícia e uma ambulância. Ele ficou muito machucado e até se aposentou depois, por causa das sequelas que teve”, disse. Para a audiência do dia 21 de setembro, os advogados de defesa insistiram para que fossem novamente intimadas testemunhas que não compareceram hoje.

RB

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