Uma rixa entre um homem com extensa ficha criminal e um policial militar, seu vizinho, terminou em morte na manhã desta sexta-feira no Bairro Santa Cruz Industrial, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a corporação, das 38 passagens pela polícia de César Roberto Santana, de 35 anos, 29 ocorrências eram de ameaças contra o militar, um sargento de 46 anos, lotado no Batalhão de Choque.
O chefe da sala de imprensa da Polícia Militar, major Flávio Santiago, deu mais detalhes do caso em uma coletiva de imprensa no fim da manhã. Segundo ele, o PM estava em serviço durante esta madrugada quando foi acionado pela esposa denunciando que César Roberto estava jogando pedras na casa onde moram. O militar foi até o imóvel com outras viaturas, e as equipes fizeram um rastreamento a procura do suspeito. Ele não foi localizado e a ocorrência foi encerrada.
Leia Mais
Polícia prende suspeitos de matar homem dentro de igreja em ContagemBandidos queimam ônibus após PM matar adolescente em operação em BH PM prende suspeitos de traficar drogas em Caratinga Assaltante de ônibus é surpreendido pela PM e acaba preso no BarreiroO histórico de ocorrências de César, que teve início em 2009, tem passagens por furto. Ainda segundo a corporação, em 2013, ele chegou a agredir fisicamente a mãe e, em 2015, colocou fogo na própria casa e ameaçou o irmão de morte. Na ocasião, o parente disse que César usava drogas. Ele também já cumpriu pena por tentativa de homicídio, mas foi solto seis meses depois.
O major Santiago ressalta que o sargento, há 20 anos na corporação, registrou tecnicamente todo o histórico criminal do homem. "As ocorrências não foram só contra o policial militar que, inclusive, de forma inteligente, foi registrando todas as ocasiões, tomando providencias técnicas, dentro daquilo que se prescreve na legalidade. Ou seja, em todos os momentos, em todas as 29 passagens ele acionou a PM, entregando à Justiça as informações".
O policial classifica o caso como uma “guerra avisada”, e acredita que o conflito era motivado pela atuação do militar no bairro. "Talvez pela coibição do militar, que não permitia essas questões na própria rua. Nós PMs somos alvos o tempo inteiro e na rua onde moramos somos acionados antes mesmo que o 190, para podermos dar respostas à sociedade ribeirinha e em nenhum momento nos esquivamos dessas respostas. Então, possivelmente, a ação do policial militar nesse conjunto tem a ver com a ação delituosa desse autor para com a comunidade e com a sociedade em geral”, disse.
A Polícia Militar informou que a ocorrência será investigada pela Polícia Civil, já que o crime ocorreu quando o policial estava fora de serviço. O major Santiago classifica o caso como legítima defesa e também de terceiros, já que outras pessoas estavam no local no momento da agressão. O caso foi encaminhado à Delegacia de Homicídios. .