Elas podem ser o que quiserem e ter profissões, por que não, ligadas à física e à matemática. Numa área na qual mulheres ainda são raridade, sendo dominante o universo masculino, uma das gigantes da tecnologia mundial está incentivando meninas a seguir carreira na área de exatas. Cem alunas de todas as regiões do país de escolas públicas e particulares destaques no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estão em Belo Horizonte para conhecer, com quem entende do assunto, um pouco desse mundo ligado a números e fórmulas. Durante dois dias, a Google organiza na capital mineira o 1º Encontro Nacional Mind the Gap, para incentivar meninas a se formarem em ciência da computação.
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Telescópio russo de alta tecnologia é inaugurado em Minas GeraisEclipse visto há 70 anos em Bocaiuva ajudou a desenvolver tecnologia de mísseis americanos BHTrans apresenta táxi elétrico que será testado em Belo HorizonteParticipam 50 colégios. De Belo Horizonte e região metropolitana estão o Santa Marcelina, Coleguium, Santo Agostinho, Santo Antônio e Colégio Militar. “Não temos pretensão de que todas saiam daqui para ser engenheiras, mas se puserem a questão já teremos cumprido nosso objetivo”, afirma a engenheira da Google Izabella Mafra, de 25 anos. Ela trabalha há 2 anos e meio na empresa e conta que, ainda no ensino médio, sonhava em trabalhar na empresa quando descobriu que havia um escritório em BH.
“Quando entrei na faculdade, desisti desse sonho, até o dia em que houve um recrutamento para mulheres para um curso na Google da Califórnia. Na volta, comecei o estágio em BH”, conta. Também engenheira da Google em BH, Camila Matsubara, de 29, ajudou a trazer o Mind the Gap para a capital mineira. “Estudei em escola pública e fiz o ensino médio como bolsista.
Inspiração Camila e Izabella se tornaram inspiração para as garotas. Aluna do Colégio Militar de BH, Farid Asaad Diniz Saliba, de 17 anos, quer fazer medicina, mas não descarta usar os conhecimentos em programação para aplicar em sua área. “O empoderamento feminino é algo que tem de ser debatido. É uma carreira masculinizada historicamente. É bom saber que há mulheres na área e, tenho certeza, elas vão dominar”, ressalta.
Alunas do Coleguium, Raíssa Miranda Maciel e Luíza Nunes Campos, de 16, também se encantaram.
Ontem, as meninas tiveram palestras, tiraram dúvidas sobre a carreira e até criaram um joguinho, sempre orientadas por engenheiros da empresa. Hoje, a “aula” é na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde vão encontrar profissionais das diferentes áreas da ciência da computação. “Elas podem. Se tiverem na cabeça que o sonho é grande o bastante, vão entrar nas melhores universidades do país e trabalhar numa empresa de engenharia de ponta”, ressalta o diretor de engenharia do Google no Brasil, Berthier Ribeiro-Neto..