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Estado de Minas

Semad dá 15 dias para mineradora limpar córrego afetado por rompimento de represa

Fato ocorrido em Brumadinho não ameaça captação da Copasa no Rio Paraopeba, segundo prefeitura, que multou dono de lagoa. Estado também vai autuar empresa que acumulava sedimentos no lago


postado em 29/06/2017 12:18 / atualizado em 29/06/2017 19:06

Ver galeria . 11 Fotos CBH Paraopeba/Divulgação
(foto: CBH Paraopeba/Divulgação )

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) determinou que a Mineração Tejucana S. A. faça o desassoreamento do Córrego do Barro, curso d’agua afetado pelo rompimento de uma represa nesta quarta-feira, em Brumadinho, na Grande BH, em 15 dias. O Auto de Fiscalização (AF) foi lavrado pelo Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) da Semad.

A pasta informou ainda, em nota, que também vai autuar a empresa pelo rompimento da lagoa, por meio de um Auto de Infração (AI) que será lavrado posteriormente. Apesar do lago ser de um produtor rural, ele recebia sedimentos provenientes da área da mineradora, provocados por carreamento de chuva.

“Quando estes sedimentos atingiam níveis elevados no reservatório, a mineradora promovia o seu desassoreamento. Essa operação estava em curso, no dia 27 de junho, quando ocorreu a abertura, pela mineradora, de um sangradouro do maciço do barramento. Esse fato causou o rompimento do reservatório e o carreamento de sedimentos para o Córrego do Barro, afluente do Rio Paraopeba”, afirma, em nota a secretaria estadual.

Já o fiscal da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Brumadinho, Marciano Reis Mariano, que esteve no local do fato, diz que o dano não chegou a entrar de fato no Córrego do Barro, ficando restrito a um pequeno afluente que alimenta esse manancial.

RIO PARAOPEBA Os primeiros cálculos feitos pela prefeitura estimam em 5 mil a 6 mil metros cúbicos a quantidade de material que correu para esse pequeno afluente do Córrego do Barro, que por sua vez deságua no Paraopeba antes da captação da Copasa inaugurada em dezembro de 2015 em caráter emergencial para resolver a crise hídrica na Grande BH.

A probabilidade da lama que vazou após o rompimento da represa chegar até essa captação é “baixíssima”, segundo Marciano Reis. Ele garante que o rio não foi atingido, apesar de a Semad ainda estar avaliando se carga de sedimentos alcançou o Paraopeba. A Prefeitura de Brumadinho multou o dono da lagoa por causar dano a recurso hídrico.

“No local houve o rompimento de uma represa de reservação de água, que já estava muito assoreada. O rompimento aconteceu no momento em que o proprietário fazia a manutenção com a ajuda da mineradora, que é vizinha”, afirma Marciano Reis. Ele ainda explica que o material que vazou com o rompimento é predominantemente barro.

A partir do problema, o fiscal solicitou ao dono da lagoa que faça uma drenagem antes do ponto de rompimento, um barramento emergencial, a retirada do barro ainda existente na lagoa, contenções até onde o barro chegou e o monitoramento constante do local de forma diária.

Em razão do ocorrido, a multa será aplicada, segundo o fiscal, por causar dano a recurso hídrico prejudicando a segurança e bem estar da população, conforme a lei complementar 67 da Prefeitura de Brumadinho, que deve girar em torno de R$ 2,5 mil. No Córrego do Barro há uma captação de água para atender o vilarejo de Tejuco, em Brumadinho, mas essa captação está em outro ponto do manancial e não corre o risco de ser atingida, segundo o técnico.

ABASTECIMENTO DE ÁGUA O gestor do Sistema Rio Manso da Copasa, Mauro Diniz Carneiro, disse que a companhia de saneamento está fazendo monitoramento da situação e não há registro de nenhuma alteração das características da água captada no Paraopeba até este momento. Mauro explicou que, se o material chegar até a captação e a Copasa chegar à conclusão de que não é possível tratar a água, o volume retirado do curso do Paraopeba será substituído por uma maior vazão de um dos reservatórios que integram o Sistema Paraopeba, o Rio Manso.

A água captada hoje direto do Rio Paraopeba é enviada para a Estação de Tratamento de Água do Rio Manso, onde é tratada e distribuída para a população. Foi com essa captação que a Copasa conseguiu resolver o problema da falta de água na Grande BH que colocou a região metropolitana sob o risco de racionamento em 2015.

A situação na represa de Brumadinho estará na pauta de hoje do Comitê da Bacia Hidrgráfica do Rio Paraopeba, que acontecerá em Betim, também na Grande BH. O presidente do CBH Paraopeba, Denes Lott, disse que os impactos ainda estão sendo avaliados. “De fato o Rio Paraopeba não foi atingido e na hora que o volume abaixar nós vamos fazer uma avaliação maior”, afirma.

A reportagem procurou a Mineração Tejucana S.A., mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto.


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