Ao todo são 15 trabalhos de jornalistas premiados em cinco categorias: Impresso, Fotografia, Rádio, Televisão e Internet. E três de universitários, na categoria Estudante de Jornalismo. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, que promove o concurso, divulgou nesta terça-feira a lista dos três melhores trabalhos por categoria, somando as quatro conquistas para o Estado de Minas. Somente na cerimônia de entrega do prêmio, na sexta-feira, será conhecida a ordem de classificação – primeiro, segundo e terceiro colocados.
A série “Grande Sertão, 60 anos: Veredas em agonia” foi publicada pelo EM em novembro do ano passado. A reportagem seguiu o trajeto do escritor Guimarães Rosa, passados 60 anos de Grande Sertão: Veredas, registrando o momento atual da região.
A série “Um negócio, uma crise – Cidades dependentes”, publicada em fevereiro de 2016, assinada pela subeditora de economia do Estado de Minas Marta Vieira e pela repórter Marinella Castro, apresentou aos leitores a discussão sobre a situação de risco enfrentada por dezenas de pequenos municípios de Minas Gerais que têm mais da metade da sua economia, medida pelo Produto Interno Bruto (o PIB, soma da produção de bens e serviços) dependente de um único empreendimento ou setor de atividade. Na série, foram destacados os municípios de Belo Oriente, São Gonçalo do Rio Abaixo e Jeceaba, além de Mariana, Saramenha, em Ouro Preto, e São João Nepomuceno como exemplos dos graves efeitos das crises nessas economias monoindustriais. “Procuramos enxergar além dos indicadores das economias municipais que não têm pernas próprias para dar rumo ao seu desenvolvimento. É muito difícil para essas pequenas cidades deixar de depender de um único negócio, sujeitas como ficam ao misto de prosperidade em tempos de bonança e crise social, quando a retração bate forte nelas”, assinalou Marta Vieira.
O repórter Túlio Santos, na série “Extremos gerais”, publicada em novembro do ano passado pelo EM, cruzou o estado norte a sul de bicicleta e revelou personagens, histórias, contrastes e semelhanças dos extremos geográficos de Minas. Numa rota traçada entre sertões, cerrado e montanhas que corta a maior malha viária do país, mostrou pelo caminho a grandeza do estado, que pode ser observada bem mais de perto sobre duas rodas. “Foi uma jornada de 84 dias, percorrendo mais de 1,5 mil quilômetros, o que possibilitou registrar a diversidade geográfica e cultural de Minas Gerais”, recordou Túlio Santos.
O repórter fotográfico Leandro Couri, ao fazer as imagens para matéria “A história de Minas redescoberta”, publicada em 10 de outubro do ano passado, registrou formações rochosas que lembram a imagem de uma caveira, em foto que ganhou destaque na capa do EM. A matéria revelava um tesouro esquecido durante quase dois séculos, reencontrado em Baldim, na Grande BH: a gruta perdida do doutor Lund. Pai da espeleologia (estudo das cavernas) e da paleontologia (estudo de fósseis de seres do passado) no Brasil, o dinamarquês Peter Lund (1801-1880) foi o descobridor, em cavidades mineiras, de fósseis de homens e animais pré-históricos, como a preguiça-gigante e o tigre-dente-de-sabre. A Lapa da Forquilha, uma das primeiras que explorou, descrita em 1835, foi registrada pelas lentes de Couri. “A foto foi capturada no ponto mais profundo da gruta. A persistência, a determinação da equipe, a dificuldade técnica foram reconhecidas, o que me deixa feliz”, disse.
A entrega da premiação ocorre na noite de sexta-feira, em evento na Câmara de Dirigentes Lojistas, às 20h.
(RG)
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