Enquanto mundo comemora centenário de aparecimento de Nossa Senhora, ladrões furtam coroa de ouro da santa em Minas

Polícia Civil não tem pistas dos criminosos

- Foto:

O que deveria ser uma festa religiosa em homenagem ao centenário do aparecimento de Nossa Senhora a três pastores portugueses – Francisco, Jacinta e Lúcia – virou caso de polícia no interior de Minas Gerais. Larápios furtaram na noite de quarta-feira a coroa de Nossa Senhora de Fátima na matriz do município de Oilveira, no Centro-Oeste do estado, a 160 quilômetros de Belo Horizonte. Não há pista dos suspeitos.

 

A peça, com 15 centímetros de altura e 7,5 centímetros de diâmetro, é banhada em ouro e tem 16 diamantes, cinco rubis, três vidros de esmeraldas e cinco quatzos de ametista. A paróquia não soube estimar o valor comercial do acessório. Fiéis, entretanto, ressaltam que o maior valor da coroa é o sagrado e o patrimonial.

 

O acessório chegou à cidade mineira na década de 1950. Veio justamente de Portugal, onde Nossa Senhora apareceu para os pastores, em 13 de maio de 1917, na cidade de Fátima, a aproximadamente uma hora de carro da capital, Lisboa.

No data exata do centenário, o papa Francisco canonizou Francisco e Jacinta, que faleceram, ainda crianças, vítimas da peste negra, doença que matou milhares de europeus na primeira metade do século passado.

 

Lúcia, a terceira criança a relatar a visão da mãe de Jesus, passou a vida num convento e faleceu, em 2005, aos 98 anos. Certamente também será canonizada. A aparição em Fátima também entrou para a história como o dia em que Nossa Senhora revelou ao garoto e às duas meninas os três segredos de Fátima.

 

A coroa é mostrada aos fiéis em ocasiões especiais, como o mês do centenário da aparição. Ainda assim a paróquia mantinha cuidados. A peça, por exemplo, estava numa vitrine da qual apenas funcionários e padres têm a chave. Mas a proteção não foi suficiente para impedir o furto.

 

A Polícia Civil entrou no caso ontem, mas ainda não há pistas sobre os autores. Procurado pela reportagem, o pároco responsável pela matriz estava em compromissos religiosos. Na boca dos devotos, contudo, a informação é que não há sinais de arrombamento seja na igreja quanto seja na vitrine.

 

O caso ganhou repercussão em toda região. Caso os ladrões não sejam encontrados rapidamente, há expectativa de que a coroa seja inscrita na chamada lista de difusão branca, que reúne objetos de alto valor, como obras de arte, que são surrupiados em mais de 190 países.

A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) é uma das instituições que sempre acompanham crimes relativos a peças inscritas na lista.

(RG)

.