Jornal Estado de Minas

Instituto Mário Penna pede socorro para continuar atendimentos oncológicos

Dedicado ao tratamento de pacientes diagnosticados com câncer em Minas Gerais, o Instituto Mário Penna, com três unidades em Belo Horizonte, clama por ajuda em um momento de crise financeira na saúde pública e privada.



Atualmente, segundo o presidente do instituto, Paulo José Araújo, a organização sobrevive com repasses de pagamentos feitos pelo SUS, além das verbas do  Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) do Ministério da Saúde e doações de parcerias com uma rede de supermercados da capital e com uma loja de cosméticos. O troco das compras, se aceito pelo cliente, é encaminhado à instituição.

Porém, segundo Paulo Araújo, um dos problemas é que os repasses do SUS estão defasados. "Recebemos cerca de R$ 6 milhões do SUS de pagamentos por prestação de serviços, mas como a tabela do sistema está desatualizada, a gente chega a gastar quase o dobro do que nos é repassado com os tratamentos," destaca. 

De acordo com dados da presidência do Mário Penna, o instituto opera com uma renda mensal em torno de 12 milhões e, mensalmente, registra um deficit em torno de R$ 1,5 milhão, o que tem significado uma situação de extremo risco. “Até agora temos mantido o atendimento, mas estamos em reta perigosa. Se não tivermos apoio de instituições não governamentais, atualização dos valores de oferta dos tratamentos no SUS e se não mantivermos entendimento com outras organizações, apresentando a real situação, teremos de tomar medidas sérias que podem resultar na diminuição do atendimento e no fechamento de leitos”, relatou Araújo. 





Conforme relato do presidente do instituto, o Mário Penna atende hoje pacientes com câncer de 760 dos 853 municípios de Minas Gerais, além do grande contingente da Região Metropolitana de Belo Horizonte. “A grande maioria do estado é atendida aqui, pois somos um centro de alta complexidade em oncologia. Então nossa estrutura é grande. Ao todo são mais de 400 médicos e 376 leitos nas três unidades".

Visita e ajuda financeira


A situação nas unidades do Instituto Mário Penna motivou ida do vereador Catatau da Itatiaia (PSDC), na última sexta-feira  ao hospital, representando a Comissão de Saúde e Saneamento da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Na visita, o vereador prometeu conseguir cerca de R$ 300mil em recursos junto ao Prefeito Alexandre Kalil (PHS) para melhorias nos equipamentos de vídeo das unidades.

Segundo Paulo Araújo, o montante que o instituto necessita para melhorias não só nos equipamentos, mas também no sistema de tecnologia, é de aproximadamente R$ 600mil. 
 
A Prefeitura de BH, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SES) de Belo Horizonte, não se manifestou sobre a verba que o vereador alegou que iria solicitar à Alexandre Kalil. A SES apenas esclareceu que: "Belo Horizonte é um município de gestão plena, portanto a SES encaminha os recursos para o município que, por sua vez, define os valores que serão disponibilizados para cada instituição, incluindo, o Hospital Mário Penna."

* Sob supervisão da subeditora Jociane Morais





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