Prefeitura de BH autoriza contratação de vigias noturnos em escolas

Permissão para que instituições contratem profissionais é parte de estratégia para conter onda de assaltos creditada ao monitoramento eletrônico

Vidros quebrados na Escola Aires da Mata Machado, uma das cinco depredadas somente no feriado de Tiradentes - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS
Devido à onda de furtos e roubos nas escolas municipais de Belo Horizonte, o prefeito Alexandre Kalil autorizou as instituições de ensino que julgarem necessário a contratar vigias. Cerca de 500 profissionais que faziam a segurança nas unidades da rede de ensino foram demitidos, em maio de 2016, pelo então chefe do Executivo, Marcio Lacerda. No lugar deles, a administração instalou câmeras de vídeomonitoramento.


A troca facilitou a ação de criminosos, como mostraram reportagens do Estado de Minas. Em uma das ondas de invasões, no feriado prolongado de Tiradentes, pelo menos cinco unidades da rede pública foram arrombadas, entre a sexta-feira e o domingo. Uma das mais visadas, como já havia ocorrido na semana anterior, foi a Região Oeste, onde criminosos atacaram dois estabelecimentos (Escola Municipal de Ensino Especializado Frei Leopoldo e Escola Municipal Salgado Filho). Na Regional Barreiro também houve duas ocorrências, na E.M. Aires da Mata Machado e na E.M. Luiz Gatti.

Em Venda Nova, segundo informou a Guarda Municipal, o alvo foi a E.M. Pedro Guerra. Até o feriadão da semana santa, outras oito instituições já haviam sido depredadas por ladrões e vândalos em BH, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Municipal (SindRede-BH).

As reportagens do EM sobre os casos tiveram grande repercussão. Em uma delas, Wanderson Rocha, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Municipal (SindRede-BH), disse que a gestão passada da prefeitura não fez licitação para a escolha da empresa de vigilância de segurança eletrônica: “Houve uma escolha interna da Secretaria de Educação. Porém, durante a campanha do Kalil, ele prometeu que voltaria integralmente com os vigias”.

O Diário Oficial do Município (DOM) vai explorar o assunto na edição de hoje: “A decisão de demitir todos os vigias foi tomada pela administração anterior e a nova gestão da Smed (Secretaria Municipal de Educação) tem feito as readequações financeiras possíveis para promover não só a contratação de vigias, mas outras estratégias de segurança”. O EM não conseguiu contato com o ex-prefeito.

A preocupação de Kalil com a segurança das escolas já o havia levado a autorizar, no início do ano, 50 escolas a contratar vigias. Mas o processo de seleção dos profissionais não é rápido. Demanda algumas fases, como exames admissionais, entrevistas, readequação de recursos para proceder a contratação. Dessa forma, pode variar de escola para escola, mas o objetivo da Smed é que as unidades que demandarem vigias tenham finalizado esse processo até o meio do ano.

PREVENÇÃO A contratação dos vigias não é a única estratégia do Executivo para aumentar a segurança nas escolas e ao mesmo tempo evitar prejuízo financeiro com roubo de equipamentos. A Guarda Municipal criou um sistema de ronda para reforçar a patrulha nos fins de semana e feriados.

As rondas farão parte da Rede de Proteção da Escola, projeto em discussão entre a corporação e a Secretaria Municipal de Educação. A pasta já está orientando os diretores das instituições de ensino sobre como proceder para a efetivação da Rede.

Uma das orientações, por exemplo, é a revisão dos equipamentos de segurança eletrônica. De acordo com a prefeitura, todas as unidades têm aparelhos de vigilância “e as direções foram orientadas a avaliar se os equipamentos são eficientes, se a empresa que presta o serviço está adequada e se há demanda para colocação de outro tipo de aparelhagem”.

Agentes da corporação vão visitar as escolas para analisar eventuais pontos vulneráveis, como árvores que tampam imagens das câmeras de segurança.

Enquanto isso...
...indiciado por pichar igrejinha

A Polícia Civil vai indiciar hoje o corretor de imóveis Wesley Abreu da Silva, de 34 anos, pela pichação da palavra perfeitaísmo na igreja São Francisco de Assis, na orla da Pampulha, em março passado. A corporação concederá uma entrevista coletiva à imprensa, mas, em nota divulgada ontem, adiantou que “o indiciamento foi possível após análise de laudos periciais e imagens da câmera de segurança”.
Wesley é autor do conceito perfeitaísmo, uma filosofia político-econômica. Ele escreveu um livro sobre o assunto e, em março, prestou um depoimento que durou oito horas na Delegacia Especializada em Crimes de Meio Ambiente, responsável por desvendar casos de pichação. À época, ele negou a acusação. A igrejinha faz parte do complexo arquitetônico da Pampulha, agraciado, em julho de 2016, com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

 

.