“O MS tem priorizado o combate à obesidade com uma série de políticas públicas, como o Guia alimentar para a população brasileira. A alimentação saudável aliada à prática de atividade física nos ajudará a reduzir a incidência de doenças como diabetes e hipertensão na população”, afirmou o ministro da Saúde Ricardo Barros na apresentação do trabalho que ouviu 53,2 mil pessoas entre os meses de fevereiro e dezembro. O objetivo é monitorar a frequência e distribuição dos principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis na população brasileira e descrever a evolução anual dos indicadores investigados e subsidiar o planejamento e acompanhamento de ações de promoção da saúde e prevenção.
SAÚDE E ALIMENTAÇÃO De acordo com a pesquisa, o diabetes afeta 16,5% da população com até oito anos de estudo, um indicador três vezes maior do que o apresentado por pessoas que estudaram 12 anos ou mais (4,6%). O mesmo acontece com a hipertensão: 41,8% da população com até oito anos de estudo apresenta o problema. Quase três vezes mais do que o indicador apresentado entre aqueles com 12 anos de estudo ou mais (15%).
A situação também se repete com excesso de peso e com a obesidade, embora em escala inferior. A pesquisa indica que 59,2% da população com até oito anos de estudo está acima do peso. Entre os que estão com 12 anos ou mais, o percentual é de 48,8%. Já na obesidade, 23,5% dos que estudaram até oito anos apresentam o problema. Entre os que estudaram 12 anos ou mais, o percentual é de 14,9%.
A Vigitel mostra que todos os problemas aumentaram de forma expressiva nos últimos anos. Entre 2010 e 2016 cresceu em 61,8% o número de pessoas diagnosticadas com diabetes. A obesidade teve uma expansão igualmente preocupante: 60%, passando de 11,8% da população em 2006 para 18,9% em 2016. A hipertensão, por sua vez, subiu 14,2% na década, passando de 22,5% para 25,7% da população. Os indicadores relacionados a excesso de peso subiram 26,3% em 10 anos. Em 2006, 42,6% da população estava acima do peso. Hoje, já são 53,8%.
O aumento dos indicadores pode em parte ser atribuído à elevação da idade da população. Mas os dados da pesquisa deixam claro que a mudança de hábitos alimentares também está diretamente relacionada ao problema. A começar pela redução do consumo regular de arroz e feijão. Em 2012, 74,2% da população masculina entrevistada dizia consumir a combinação mais típica da dieta brasileira em pelo menos cinco dias da semana.
REFRIGERANTE Entre as mudanças positivas nos hábitos identificados na pesquisa está a redução do consumo regular de refrigerante ou suco artificial. Em 2007, o indicador era de 30,9% e, em 2016, foi 16,5%. Quem tem mais de 18 anos, por sua vez, está praticando mais atividade física no tempo livre. Em 2009, 30,3% da população fazia exercícios por pelo menos 150 minutos por semana; já em 2016, a prevalência foi de 37,6%. Nas faixas etárias pesquisadas, os jovens de 18 a 24 anos são os que mais praticam atividades físicas no tempo livre. Mesmo assim, duas entre cada 10 mulheres que vivem em capitais brasileiras estão obesas. (Com agências).