Polícia investiga tortura de pacientes em clínica de reabilitação em Patos de Minas

Dois homens que trabalhavam na clínica foram presos por crime de tortura. Havia três internos no local e um dos sócios disse que instituição está encerrando atividades

Estado de Minas

A Polícia Civil de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, a 400 quilômetros de Belo Horizonte, investiga as atividades da Clínica de Reabilitação Liberte-se, em que dois homens que trabalhavam no local foram presos em flagrante, acusados de torturar um paciente.

No estabelecimento, que fica numa chácara na BR-365, na zona rural da cidade, estavam apenas três internos, dois irmãos com esquizofrenia e uma mulher cadeirante.

Aos policiais, os homens admitiram que um paciente foi agredido, pois estava muito agitado e se recusava a tomar a medicação. Eles também disseram que não são contratados para prestar o serviço, pois nem recebiam salários, e apenas estavam na clínica para ter onde morar.

A polícia foi alertada da situação no local por familiares dos internos. Um deles pediu ajuda a vizinhos do estabelecimento. Ele passou o número de telefone de seus parentes e relatou que na madrugada do domingo seu irmão havia sido espancado.

PMs constataram marcas da agressão no corpo do paciente, principalmente debaixo de um dos braços, devido a um tapa dado por um dos homens. Parentes dos internos disseram aos militares que pagavam mensalmente pela estadia deles e atendimento.
O homem agredido foi levado para a Unidade de Pronto-Atendimento da cidade, já que é diabético e necessitava de cuidados médicos. A guarda dos três pacientes ficou sob responsabilidade de seus familiares.

Um dos responsáveis pela clínica prestou depoimento na delegacia. Ele afirmou que as famílias dos internos foram informadas de que o estabelecimento seria fechado e não tinha condições de mantê-los abrigados. Acabou liberado, mas os dois homens que trabalhavam para ele foram autuados em flagrante por crime de tortura e levados para a unidade prisional da cidade. A penas prevista para o crime é de 2 a 8 anos de prisão, sem direito a pagamento de fiança.

Desde setembro de 2013, a clínica funciona na cidade, tendo dois sócios como responsáveis. É registrada como Liberte-se - Comunidade Terapêutica, e tem como atividade assistência psicossocial e à saúde a portadores de distúrbios psíquicos, deficiência mental e dependência química.

Em anúncio, o estabelecimento diz que faz resgate de viciados em bebidas alcoólicas e drogas, em todo o país, com orientação familiar e prevenção. Os responsáveis pela clínica não foram localizados para falar sobre o caso.

RB

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