Invasão em mina da Vale termina com vigilante baleado na Região Central

Mineradora afirma que enfrenta problema com roubo em todas as suas unidades no país. Cabos de cobre são alvo preferido dos ladrões

A Polícia Civil investiga uma invasão que terminou com um vigilante baleado, na terça-feira, em uma unidade da mina da Vale em Itabira, Região Central de Minas Gerais.

As apurações seguem sob sigilo, mas a corporação sustenta que esse tipo crime ocorre com frequência na região. Segundo a mineradora, houve 152 ocorrências de furto ou roubo à propriedade e cerca de 440 invasões nos últimos três anos na empresa. Os cabos de cobre são os preferidos dos ladrões.


A empresa afirma que, por volta das 21h, o Centro de Controle de Segurança detectou três pessoas dentro da unidade da mina de Cauê. O gerente-geral de Segurança da Vale, Roberto Monteiro, afirma que uma equipe de segurança foi acionada e que, ao chegar ao local, foi recebida a tiros. Houve troca de tiros entre vigilantes terceirizados e bandidos, resultando em um segurança baleado na perna direita. Segundo o boletim de ocorrência da PM, a vítima informou que ao chegar ao local suspeito, os vigilantes desembarcaram rapidamente da caminhonete, com medo de uma emboscada dos invasores. Os criminosos, escondidos em uma mata próxima, efetuaram vários disparos na direção deles.

Após a troca de tiros, os criminosos fugiram em direção ao Bairro Pedreira.

Ainda segundo a corporação, os militares encaminharam a vítima baleada ao pronto-socorro municipal, onde foi atendida e medicada. A Vale informou que o segurança passa bem. Já a PM informou que “considerando que os disparos foram efetuados dentro de uma área privada, com vigilância armada autorizada e a situação de regularidade de porte e registro das armas utilizadas pelos vigilantes, estas ficarão sob responsabilidade da empresa.”

RECORRENTE

O que preocupa o gerente é que não se trata de um caso isolado. Houve 152 ocorrências de furto/roubo e 440 invasões nos últimos três anos dentro da empresa, sendo que cabos de cobre são os alvos principais. Não foi a primeira vez que um agente terceirizado se feriu depois de conflito com criminosos. “Tem se tornado comum. Nós vimos acompanhado o crescimento da criminalidade na região. Enquanto os furtos eram as principais ocorrências, agora os crimes violentos de roubo se tornam mais frequentes”, afirma o gerente.

 

Em um vídeo divulgado pela empresa ao Estado de Minas, um grupo de pessoas encapuzadas rende uma equipe de segurança. As imagens mostram momentos de tensão, em que o vigilante é feito refém por pelo menos cinco homens, que o obrigam a retirar parte do uniforme. A quadrilha age com agressividade e mostra a arma várias vezes. (Veja vídeo) 




Segundo Roberto, o cabo de cobre tornou-se moeda de troca e, por isso, um dos principais itens almejados pelos criminosos. “Existe um mercado informal milionário por trás destas quadrilhas especializadas. Os cabos e transformadores são roubados, inclusive, dentro das minas e já aconteceu de serem furtados ainda energizados, o que mostra que são pessoas qualificadas.
Mas, mais do que o custo dos produtos roubados, o maior prejuízo é a paralisação do processo de produção”, afirma.

O gerente pontua que têm se tornado frequente invasões em áreas particulares de grandes empresas, para furto e roubo de fios. Ele pede mais rigor nas investigações, para que, além dos criminosos que roubam, os receptadores sejam presos. A mineradora tem uma parceria com a Polícia Militar, mas também afirma investir em prevenção com 225 câmeras de segurança, entre fixas e térmicas, 24 sistemas de alarmes, 130 profissionais de vigilância e um Centro de Controle e Monitoramento. Dados tabulados pelo setor de segurança pública do estado mostram que 389 roubos e 1.816 furtos ocorreram até novembro do ano passado na cidade.

 

(RG) 

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