Minas investiga duas mortes por chikungunya e tem 4,8 mil notificações da doença

Em apenas uma semana, mil novas notificações foram registradas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES)

João Henrique do Vale

A febre chikungunya se alastra por Minas Gerais a cada dia com maior velocidade.

A doença já atinge 126 municípios mineiros, o equivalente a aproximadamente 15% das cidades do estado. O número de casos cresce com uma rapidez assustadora. Em apenas uma semana, mil novas notificações foram registradas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), chegando a 4.852. Além disso, o estado, que desde 2014, quando a enfermidade apareceu, nunca havia contabilizado óbitos, investiga agora duas mortes suspeitas.

A doença assusta na comparação com os últimos anos. Em 2016, Minas teve 500 casos prováveis de Chikungunya. Neste ano, já são nove vezes mais registros.
Em 2015, foram apenas 31 notificações, e, em 2014,só 18. A alta já era prevista por autoridades de saúde, devido ao pequeno número de pessoas que já desenvolveram resistência contra a enfermidade.

Dados divulgados pela SES mostram a evolução da doença. Em janeiro, foram registrados 706 casos suspeitos. No mês seguinte, o número foi quatro vezes maior. Em apenas 28 dias, foram computadas 2.826 notificações de chikungunya. Em março, até o dia 27, a secretaria registrou 1.320 casos prováveis.

A grande preocupação das autoridades é com cidades do Leste de Minas Gerais. Governador Valadares lidera o número de notificações, com 3.074. Em seguida, vêm Teófilo Otoni (651), Conselheiro Pena, (308), Aimorés (174) e Medina (106). Com alerta ligado para a região, a Secretaria de Saúde realizou um seminário com médicos e profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) dos 51 municípios da área de abrangência da Regional de Governador Valadares. A intenção foi informar sobre os cuidados com a enfermidade.

A SES não confirmou os locais onde aconteceram as duas mortes por suspeita da doença. Porém, Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, que concentrou atendimentos e casos de febre amarela, também enfrenta a nova demanda de chikungunya e, de acordo com o coordenador de Vigilância Ambiental do município, Joaniz Lopes de Oliveira, investiga dois óbitos pela doença.

Dengue e zika

Mesmo registrando menos casos prováveis do que no ano passado, a dengue segue fazendo vítimas.
A SES já confirmou um óbito, em Ibirité, na Grande BH, e investiga 13 mortes que podem ter sido causadas pela doença em 2017. O número de casos prováveis da enfermidade já chega a 17,7 mil, bem menor do que as 528,2 mil notificações registradas em 2016, quando o estado passou pela pior epidemia da doença.

Já em relação ao zika vírus, foram registrados neste ano 370 casos prováveis no estado. Nos 12 meses do ano passado, foram 14.106 notificações da doença. Neste ano, foram confirmados seis casos de gestantes com doença aguda pelo vírus. Três foram de pacientes de Belo Horizonte, dois de Uberaba e outro em Ituiutaba, ambas no Triângulo Mineiro.

 

(RG) 

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