Leia Mais
Em Minas, mais de 6 mil presos tentam recurso que deu liberdade a BrunoBruno assiste à partida do Boa Esporte em Varginha Goleiro Bruno ao canal ESPN: 'Não sou bandido. Cometi um erro. Grave? Grave'Todos querem saber detalhes do acordo do Boa com o ex-capitão do Flamengo, condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo sequestro, morte e ocultação de cadáver, em 2010, da modelo Eliza Samudio, com quem tem um filho. Bruno cumpriu seis anos e sete meses. Deixou a prisão em 24 de fevereiro, beneficiado por uma liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), a qual o permite aguardar recurso em liberdade.
A chegada do arqueiro à cidade, na segunda-feira, foi marcada por um drible na imprensa. Por volta das 13h, na avenida com acesso à estrutura da nave espacial, jornalistas se aglomeraram em frente ao hotel que o clube mantém para uso exclusivo dos atletas (outras pessoas não podem se hospedar). O jogador e o empresário Lúcio Mauro entraram pelo fundo. Parte da imprensa foi alertada por um funcionário, mas diretores do Boa sustentaram que a informação era inverídica.
Bruno foi apresentado em entrevista coletiva à imprensa na manhã seguinte, com o “general” do Boa, o presidente Renê Moraes, informando que ele só responderia às perguntas relacionadas ao futebol. “Não falará do passado.” O atleta, que se converteu à igreja evangélica durante o período em que esteve preso, não respondeu a duas questões sobre a morte de Eliza Samudio. Da mesma forma, ao mistério de como o Boa custeará suas despesas depois de ter perdido cinco patrocinadores ou apoiadores.
Contrato controverso
Restou apenas a prefeitura, que repassa R$ 32 mil mensais ao Boa, além de garantir o pagamento das contas de água e luz e de ceder o Estádio Rubro Negro para os treinos do time e o Dilzon Melo, o Melão, para jogos oficiais. Mas, na Câmara Municipal, vereadores defendem o fim do contrato. A prefeitura estuda o assunto.
Durante a semana, Bruno foi assediado: tirou selfies e ganhou aplausos. André, integrante de uma torcida organizada do Boa, até ensaiou um canto para dar as boas-vindas ao novo reforço. “Todos merecem uma segunda chance na vida. A Justiça o colocou em liberdade. Então, ele precisa trabalhar.”
Mas nem todos pensam como o torcedor. O arqueiro também foi alvo de críticas, como protesto de mulheres favoráveis à ressocialização de condenados, entretanto, contrárias à contratação do arqueiro antes que ele cumpra o restante da pena. “O contrato dele com o Boa tem duração (dois anos). Nossa luta em favor das mulheres é eterna”, defendeu uma manifestante.
Na terça-feira, cerca de 30 mulheres protestaram contra a contratação de Bruno na praça em que há imagem de um ET.