Órgãos ambientais avaliam se acidente com ácido na BR-040 contaminou Lagoa dos Ingleses

Acidente ocorreu próximo ao condomínio. Semad diz que a situação é preocupante e encaminhou equipe para avaliação. Técnicos da Supram e do NEA informaram aos bombeiros que ácido atingiu apenas o solo

Cristiane Silva João Henrique do Vale


Órgãos ambientais de Minas Gerais estão mobilizados para investigar se o ácido que vazou da carga de uma carreta tombada na BR-040, em Nova Lima, na Grande BH, contaminou a Lagoa dos Ingleses.
O espelho d'água fica em um condomínio de luxo próximo ao local do acidente, ocorrido na manhã desta sexta-feira.

Até o momento, as informações divergem. De acordo com Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), a situação é preocupante por causa da possibilidade de contaminação da Lagoa dos Ingleses. Técnicos do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) seguem para o local para fazer uma avaliação. Uma escolta foi preparada para o carro do órgão passar pelo congestionamento, pois a rodovia segue fechada.

No entanto, conforme responsável pela operação dos bombeiros no local, o primeiro-tenente Warley de Paula Vieira Barbosa, do Batalhão de Emergênciais Ambientais e Resposta a Desastres do Corpo de Bombeiros, embora a informação inicial fosse de que o produto pudesse ter atingido a água, técnicos da Superintendência Central de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram) – ligado à Semad -, e do Núcleo de Emergências Ambientais (NEA) – da Fundação Estadual  do Meio Ambiente (Feam), confirmaram no local que o ácido não chegou a cair na Lagoa dos Ingleses, atingindo o solo às margens da rodovia. “A gente conseguiu conter o restante do material com terra.
Barricadas de terra”, informou.

Ainda não há detalhes sobre a dinâmica do acidente, ocorrido km 565, depois do trevo para Ouro Preto. Os dois sentidos da rodovia estão interditados, provocando grandes congestionamentos. A vítima do acidente foi identificada pelos bombeiros como Sérgio Murilo da Silva. Com escoriações leves, ele foi socorrido por uma ambulância da Via 040, concessionária responsável pelo trecho da rodovia.

De acordo com o tenente Warley, cerca de 30 pessoas trabalham no local, entre bombeiros, técnicos de órgãos ambientais, Polícia Militar de Meio Ambiente, Via 040 e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ainda não há previsão para a rodovia ser liberada.

“Conseguimos contar na via 18 bombonas de 1.150 quilos. A maioria delas teve vazamento, algumas em grande quantidade, outras com menos”, explicou o comandante da operação dos bombeiros. O tenente Warley esclareceu que não há risco de explosão, como foi informado anteriormente pelos militares, mas o produto é corrosivo, podendo causar ferimentos na pele ou danificar pneus de veículos.

Os bombeiros montaram um “corredor de descontaminação” na rodovia. Os militares com trajes amarelos têm contato direto com o produto químico. Assim, roupas e demais materiais são limpos com um degermante para não contaminar a viatura. A equipe com roupas brancas está protegida contra os vapores, de modo que fica responsável por auxiliar a equipe amarela, estando protegida totalmente.


A Suatran - Atendimentos Emergenciais, com sede em São Paulo, será a responsável pelo transbordo da carga de ácido na pista. Segundo a Suatran, os profissionais da empresa já estão se deslocando para o local e irão fazer uma avaliação prévia para inciarem os trabalhos utilizando equipamentos de acordo com as necessidades do acidente.
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