Jornal Estado de Minas

Ibama diz que Samarco não cumpriu prazo de limpeza da Barragem de Candonga

O Comitê Interfederativo (CIF), presidido pelo Ibama, publicou um documento afirmando que a mineradora Samarco descumpriu o prazo para a limpeza de 400 metros de rejeito na Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida como Candonga. Ela está localizada a 100 quilômetros de Mariana, onde a Barragem do Fundão se rompeu, provocando a morte de 19 pessoas e a pior tragédia ambiental da história do Brasil. A limpeza deveria ser feita até dezembro.


Segundo o Ibama, uma medição das impurezas da água realizada na área da hidrelétrica revelou que a contaminação na Barragem de Candonga é de 412 mil metros cúbicos. A Fundação Renova, criada pela mineradora, é responsável pela limpeza das barragens afetadas pelo rompimento de Fundão há um ano e três meses.

Por meio de nota, a assessoria da Samarco informou que já foi dragado um total de rejeitos superior ao pedido pelo Ibama. “Até o momento foram dragados cerca de 660 mil metros cúbicos de rejeitos do reservatório da usina. O volume é maior do que era previsto para ser retirado nos primeiros 400 metros desde o barramento", informou. A empresa justificou, no texto, que em março do ano passado a estimativa era de que havia 550 mil metros cúbicos de rejeitos na área, porém o período chuvoso contribuiu para o acúmulo de mais material no local. Disse, ainda, que executará a limpeza total do reservatório até julho.

O Comitê Interfederativo estipulou uma multa de R$ 1 milhão, acrescida de multa de R$ 50 mil por dia de descumprimento da obrigação. A mineradora informou que ainda não foi notificada da multa e já entrou com um recurso no CIF contra a imputação da penalidade. Na deliberação do CIF, ficou estipulado que as empresas têm até 15 de abril para entregar uma nova proposta para o cumprimento da cláusula acordada.