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Estado de Minas

Marcação cerrada dificultou ação de flanelinhas no entorno do Mineirão

Em dia de clássico, estratégia montada pela Guarda Municipal e PM conjugada com a liberação de vagas para estacionamento dificulta ação dos 'donos da rua' no Mineirão


postado em 02/02/2017 06:00 / atualizado em 02/02/2017 08:21

Apesar do cerco, alguns flanelinhas ainda tentaram atuar ilegalmente no entorno do estádio, onde vagas foram liberadas. Policiamento ostensivo garantiu a entrada tranquila das torcidas do Cruzeiro e do Atlético(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Apesar do cerco, alguns flanelinhas ainda tentaram atuar ilegalmente no entorno do estádio, onde vagas foram liberadas. Policiamento ostensivo garantiu a entrada tranquila das torcidas do Cruzeiro e do Atlético (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
“No último clássico entre Atlético e Cruzeiro, fiquei receoso em ter meu carro danificado, e paguei R$ 50 a um flanelinha. E olha que parei o veículo longe. Hoje (ontem), além de estacioná-lo ao lado do Mineirão, nem sequer fui abordado por um mau guardador. O esquema do poder público, de fechar o cerco contra eles, parece que começou a funcionar”, comemorou o auxiliar de eletricista Lucas Gabriel Alves, de 21 anos, que ontem assistiu à partida entre Cruzeiro e Atlético.

Casos isolados, contudo, ocorreram, como contou o produtor cultural Leonardo Marinho, da mesma idade. “Normalmente, venho ao campo de ônibus. Mas como é clássico e está podendo estacionar, achei mais seguro vir de carro”. Ele só não ficou imune à ação de flanelinhas, que tentaram lhe extorquir R$ 30. “Não paguei”, assegurou.

Ao contrário de outras épocas, a estratégia montada por guardas municipais e policiais militares inibiram a ação dos chamados donos das ruas. Algumas horas antes do clássico, várias viaturas das duas corporações foram estacionadas, estrategicamente, em locais antes dominados por flanelinhas. A tática agradou quem foi ao estádio, como Lucas, o torcedor que desembolsou R$ 50 no último clássico de 2016.

“Há guardas municipais e policiais militares por todos os lados. Para nós, torcedores, dá uma segurança enorme”. Homens e mulheres das duas corporações começaram “a dominar o terreno” antes ocupados por quem levava vantagem sobre condutores no início da Abraão Caram, avenida de acesso da torcida do Galo, e no da Carlos Luz, por onde chega a do Cruzeiro.

O combate aos flanelinhas foi pauta discutida pela equipe do prefeito Alexandre Kalil ao longo da semana. Em ação de combate aos chamados donos das ruas, o chefe do Executivo convocou 60 homens da corporação municipal para impedir achaques a motoristas. Com o apoio da Polícia Militar, a corporação fez abordagens a suspeitos.

Atleticanos e cruzeirenses elogiaram a estratégia do poder público em fechar o cerco aos achacadores. Notaram ainda a diminuição do número de flanelinhas. “Eu sempre fui abordado por eles, que me pediam R$ 20, R$ 15.... Agora, sinto que a segurança foi aumentada”, avalia o engenheiro ambiental Marcelo Alvarenga, de 25. Ele e vários outros condutores conseguiram estacionar o veículo mais perto do estádio por causa de uma decisão do novo prefeito: liberar vagas que antes eram proibidas em dias de partidas no Mineirão.

O próprio engenheiro ambiental disse que o normal era estacionar o carro a uma distância de cinco, talvez seis quadras do Magalhães Pinto. Mas vale um porém: a decisão do prefeito, embora respaldada pelo torcedor motorizado, alimenta dúvidas e controvérsias nos agentes de trânsito, segundo alguns servidores municipais e estaduais.

A reportagem conversou com alguns deles escalados para o clássico de ontem, como guardas municipais, agentes da BHTrans e policiais militares, e as respostas mostram que houve divergência nas orientações recebidas pelos servidores. Um guarda municipal, por exemplo, informou que a orientação dada à corporação foi a de não multar.

Já um policial militar chegou a anotar placas de carros estacionados em ruas do entorno em que a sinalização indicava que era proibido estacionar em dias de jogos. “Tinha de ter pelo menos uma portaria do prefeito ou então as placas tinham de estar cobertas por um plástico”, justificou. A reportagem, contudo, percebeu várias placas de trânsito cobertas por plástico preto ou retiradas, temporariamente, pelo poder público.

(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

Estacionamentos reduzem preço

Donos de estacionamentos no entorno do Mineirão já sentem no bolso o impacto da liberação para estacionar no entorno do Mineirão. Alguns estabelecimentos até reduziram o preço da vaga. Desde domingo, o prefeito Alexandre Kalil liberou 200 vagas para torcedores. “Só três carros pararam. Tenho 60 vagas”, conta Naldo Eduardo, dono de estacionamento a cinco quarteirões do estádio. Proprietária de um estacionamento a um quarteirão do Mineirão, Denise Falcão, ainda não sabe o que vai fazer. “Em dia de clássico, era para eu cobrar R$ 60. Estou cobrando R$ 40 e ainda tenho vaga. Já era para ter fechado o portão”, lamenta. No domingo, jogo entre Cruzeiro e Vila Nova, ela só conseguiu três clientes, sendo que conta com vagas para 45 carros. Já Sandra Mota espera que a liberação das vagas traga mais clientes. “Mais gente vai vir de carro para o Mineirão esperando encontrar vaga na rua. Então acho que uma parte desses carros acabe parando nos estacionamentos”, afirma. (FA)


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