Mais uma cidade mineira cancela o carnaval por causa da crise financeira

Nesta quinta-feira, Nova Lima confirmou o cancelamento da folia neste ano. Levantamento do Estado de Minas mostra que outras três cidades não vão ter festa

João Henrique do Vale
Prefeitura de Nova Lima alega não ter recurso para realizar a festa - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Mais uma cidade mineira cancelou o carnaval por causa da crise econômica. Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, afirmou, nesta quinta-feira, que não vai realizar a festa na cidade. Levantamento feito pelo Jornal Estado de Minas mostra que ao menos outros três municípios também decidiram por não fazer o evento. São elas: Pouso Alegre, na Região Sul de Minas, Ouro Branco, na Região Central, e Patos de Minas, no Alto Paranaíba. Já a prefeitura de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, anunciou que não vai fazer investimentos.

Em nota divulgada nesta tarde, a Prefeitura de Nova Lima afirma que está passando por uma “grave crise econômica” e que tem realizado uma “série de medidas como reduzir os gastos com a máquina pública, renegociar com fornecedores e buscar parcerias com os governos Estadual e Federal”. “A decisão é essencial para que o município – que não dispõe de recursos para realizar a festa – possa investir em serviços básicos como saúde, infraestrutura, segurança e educação”, disse no documento.

Nova Lima não é a primeira a cancelar a folia.
A prefeitura de Ouro Branco também tomou a mesma atitude. “O novo governo municipal busca, neste início de mandato, regularizar as contas da prefeitura e, para isso, está tomando medidas de cortes de gastos e priorizando a realização dos serviços essenciais à população, como saúde e educação. O objetivo é que, o mais breve possível, nossos munícipes possam ser atendidos plenamente em todas as áreas da esfera pública de lazer, como também na cultura e no esporte”, disse, por meio de nota.

De acordo com a administração municipal, a decisão foi tomada “em vista dos altos custos que seriam gerados para a realização do evento de acordo com os padrões sanitários e de segurança adequados, o atendimento necessário aos foliões e a promoção de uma programação de boa qualidade para a população”.

Situação parecida ocorre em Pouso Alegre. Em 12 de janeiro, a prefeitura comunicou o cancelamento da festa em função da situação financeira. “Qualquer possibilidade de subvenção ao carnaval pouso-alegrense tornou-se inviável em virtude das novas diretrizes estabelecidas pela prefeitura, que priorizarão as demandas essenciais da população, mesmo tendo consciência do valor cultural do evento”, informou a administração municipal, em nota.

Em Uberlândia, a prefeitura decidiu não investir na folia. Em 6 de janeiro, a administração municipal decretou calamidade financeira em função de “dívidas deixadas pela gestão anterior”. Por causa disso, decidiu suspender “aplicação de verba pública em festividades em geral. Sobre a possibilidade de realização do desfile com a organização da entidade que reúne as escolas de samba, a emissão do alvará segue o mesmo trâmite dos demais eventos”.

A prefeitura informou que se reuniu na terça-feira da semana passada com representantes da Associação das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de Uberlândia (Assosamba). Por meio de nota, a administração informou que “está à disposição para ajudar no que for necessário (no carnaval), desde que não envolva o uso de recursos públicos”.

Outra cidade que não vai investir no carnaval é Patos de Minas.
De acordo com a prefeitura de, nenhuma programação foi feita neste ano. O motivo é a situação financeira do município. “Tem outras prioridades, como limpeza da cidade e atenção à saúde”, afirmou a administração municipal. .