Jornal Estado de Minas

Após transplante de intestino nos EUA, Matheusinho já brinca no quarto

Dois dias depois de ser submetido a uma delicada cirurgia de transplante intestinal, Matheus Oliveira, de 7 anos, se recupera bem e está com “fome de leão”. A mãe do menino, Gecilene Oliveira, contou que a cirurgia durou cerca de oito horas, mas foi tranquila e, agora, o intestino de Matheusinho está funcionando e ele já brinca no quarto do hospital nos Estados Unidos.


Após três meses aguardando na fila do transplante, em Miami, Matheus foi operado e, segundo a mãe, os médicos disseram que ele está forte e se recuperando bem. O menino sofre de uma doença rara chamada displasia neuronal intestinal, que lhe impossibilita de se alimentar por vias naturais, e sua garra na luta contra a doença e sua alegria comoveram milhares de brasileiros que acompanharam o dia a dia da família de Betim, na Grande BH, em busca do tratamento.

Matheus ainda não recebeu alta e continuará internado na unidade de terapia intensiva do Hospital Jackson Memorial Medical, em Miami. Gecilene está positiva e acredita que logo serão liberados. “Ele está com muito apetite e o seu intestino já está começando a funcionar com o auxílio de uma bolsa de colostomia. Ver que está tudo funcionando é uma alegria muito grande”, comemorou a mãe do garoto.

Matheusinho está corado, já conseguiu se sentar na cama do hospital e até andou um pouco pelos corredores da UTI. “Toda mãe deseja ver seu filho pelo menos comer. Essa cirurgia vai mudar tudo, vou poder entrar com ele na piscina e vê-lo nadar.
Vou poder também levá-lo tranquilamente à escola”, comemora a mãe. Nas redes sociais, a família pede que as orações para o filho continuem até o fim do tratamento.

Uma nova etapa começa. Matheus terá de ficar mais um ano nos EUA para acompanhar os resultados do trasplante e continuar tratando os olhos. Ele vê apenas vultos com o olho esquerdo e o direito tem percepções de luz. Sobre o tratamento da visão, os médicos disseram que mais pra frente o menino precisará fazer um transplante de córnea, mas que não garantem que ele volte a enxergar. Casa não faça o transplante, perderá totalmente a visão.

BATALHA JUDICIAL Desde novembro do ano passado, a família travava uma batalha na Justiça para garantir o tratamento da doença rara de Matheus. A União acatou a decisão e se comprometeu a pagar o transplante, que custa cerca de US$ 1 milhão (R$ 3,4 milhões), e não é feito no Brasil.

Segundo Gecilene, também estava incluído no acordo o pagamento do tratamento oftalmológico, contudo, os US$ 9 mil gastos até o momento com a visão de Matheus saíram do bolso da família.
E mais gastos estão por vir. “Estamos muito apreensivos com o recebimento desse dinheiro, pois não teremos como continuar pagando os gatos médicos. Até o momento, só o transporte e a cirurgia do transplante de intestino foram pagas pela União”, desabafa Gecilene.

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