Jornal Estado de Minas

BHTrans vai receber taxistas que querem fiscalização contra Uber

Taxistas que protestaram por mais de 12 horas na porta da Prefeitura de Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena, no Centro da capital mineira, deixaram a sede do executivo municipal e partiram em carreata para a sede da BHTrans, no Bairro Buritis, Oeste de BH. O grupo conseguiu articular para esta quarta-feira uma reunião na empresa que gerencia o trânsito e os transportes da cidade, marcada para às 14h.

A BHTrans confirmou a reunião, mas não passou o nome dos dirigentes que vão se encontrar com uma comissão de taxistas. Segundo o tenente Luís Carlos Gontijo, do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), cerca de 130 taxistas saírm em carreata do Centro para o Buritis e foram escoltados pela PM e também pela Guarda Municipal.

A categoria pressiona o poder público municipal por fiscalização com base nas normas da Lei Municipal 10.900/2016, que proíbe o aplicativo Uber de funcionar com a atual configuração do programa. A lei construída por uma comissão de taxistas, vereadores e membros da BHTrans permite o funcionamento desde que ao aplicativo faça a intermediação de corridas entre o público e os taxistas.

A lei foi aprovada na Câmara Municipal em janeiro e regulamentada em abril, mas, desde então, uma série de liminares judiciais trava a fiscalização, que está impedida pela Justiça de coibir os motoristas do aplicativo. Dessa forma, os condutores vinculados ao programa continuam trabalhando normalmente, o que tem tirado o sono dos taxistas. Eles denunciam uma concorrência desleal, que derrubou os ganhos da categoria.

VIOLÊNCIA Na noite de segunda-feira, um motorista parceiro da Uber foi esfaqueado em frente ao Minas Shopping e disse ter sido alvo de um grupo de taxistas. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a situação.

DENÚNCIA Em outra frente, o 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte aceitou uma denúncia do Ministério Público contra três taxistas acusados de agredir o casal Marcel Telles e Luciana Machado, em agosto do ano passado, quando os dois eram passageiros da Uber no Bairro União, Nordeste de BH.
Se o juiz do caso decidir pela pronúncia dos réus, pode ser o primeiro caso de júri popular no Brasil relacionado às agressões entre taxistas e motoristas e passageiros da Uber..