No sábado de sol e céu azul, uma manifestação pela preservação do verde. Com cartazes e cavaletes, distribuição de adesivos e ação com crianças, estudantes e um professor da Universidade Fumec, de Belo Horizonte, fizeram nesta manhã um ato contra o que chamam de “privatização” do Parque Municipal Amílcar Viana Martins, localizado no Bairro Cruzeiro, na Região Centro-Sul da cidade, ao lado da instituição de ensino superior.
Segundo o professor de arquitetura e urbanismo da Fumec, Samy Lansky, o local deverá ser desativado para se tornar estacionamento. “Não podemos permitir a morte de um equipamento público como esse”, disse o professor. No mirante que permite a contemplação de várias regiões da capital, o professor, acompanhado da turma, contou que o objetivo do ato era envolver as crianças num trabalho de conscientização ambiental.
“Estamos fazendo uma enquete para verificar se as pessoas sabem de quem é este parque e também que nome dão a ele”, disse Lansky. Como no local tem uma caixa d'água, muitos o conhecem como Parque da Caixa d'água. A manifestação ganhou a adesão de defensores ambientais de outros bairros, como da Mata do Planalto, na Região Norte.
OUTORGA A Fundação de Parques Municipais (FPM) informa que o processo de permissão de uso do Parque Amilcar Vianna Martins não é um processo de privatização. Em nota, a direção diz que “o objetivo é conceder à iniciativa privada o direito de uso de parte do parque, sob pagamento de outorga à Prefeitura de Belo Horizonte, para implantação de estruturas de lazer e apoio, como lanchonete e banheiros”. E mais: “A FPM entende o processo como uma forma de viabilizar aos usuários melhorias que permitam às famílias desfrutar de toda a estrutura necessária para seu lazer e alimentação num espaço público”
Com área de 18 mil metros quadrados, o parque abriga o primeiro reservatório de água construído na cidade.