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Estado de Minas

Desrespeito às normas e falta de manutenção das ciclovias aumentam ocorrências com bike

No Dia Nacional do Ciclista, números do SUS indicam alta de 24,5% nas internações decorrentes de acidentes com bicicletas em BH. Estado lança campanha de conscientização


postado em 20/08/2016 06:00 / atualizado em 20/08/2016 07:48

Ciclistas na esquina da Rua Professor Morais com Avenida Getúlio Vargas, no Funcionários: convivência de bicicletas, carros e pedestres ainda é difícil nas vias de BH(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Ciclistas na esquina da Rua Professor Morais com Avenida Getúlio Vargas, no Funcionários: convivência de bicicletas, carros e pedestres ainda é difícil nas vias de BH (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Pedalar pelas ciclovias e pistas de Belo Horizonte tem sido uma prova de obstáculos com resultados dolorosos. Para se ter ideia do que enfrentam os ciclistas da capital mineira, o número de condutores de bicicletas feridos que acabaram internados em hospitais que atendem ao Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou 24,5% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, saltando de 192 internados para 239. E mesmo nos espaços reservados para se rodar sobre duas rodas, que deveriam ser mais seguros para essa modalidade de deslocamento, os perigos ainda são muitos devido ao desrespeito às regras dos espaços e à falta de manutenção. Ontem, Dia Nacional do Ciclista, a Secretaria de Estado do Esporte lançou campanha para tentar conscientizar motoristas e usuários de bicicletas para o cumprimento das normas de trânsito.

A ciclovia da Rua Professor Morais, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de BH, é um exemplo de problemas de conservação. As marcações em vermelho estão deterioradas, necessitando de retoque na pintura – elas quase desaparecem em alguns trechos das ruas Santa Rita Durão, Professor Morais e Avenida Getúlio Vargas. Sem poder visualizar nitidamente o caminho pelo qual devem percorrer, vários ciclistas se aventuram entre os corredores de carros e em travessias de pedestres. Por outro lado, as ciclovias também acabam invadidas por motociclistas e pedestres, muitas vezes idosos e mães com crianças pequenas, passeando de mãos dadas alheios aos riscos de atropelamento e acidentes.

O sushiman Deivison dos Santos Oliveira, de 31 anos, quase se envolveu num acidente devido às demarcações precárias. “Na travessia da ciclovia da Professor Morais com a Avenida Getúlio Vargas, os motociclistas invadem a nossa pista quando vão parar no semáforo e, por isso, quase nos atropelam. Da vez em que quase fui atingido, um carro ignorou a ciclovia achando que tinha de parar apenas para a faixa de pedestres. Tive de frear para não me machucar”, conta. Nas pistas das avenidas Brasil e Carandaí, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de BH, além de as marcações estarem desaparecendo, os espaços são invadidos pelos utensílios de flanelinas e usadas como local de descanso de usuários de drogas e pessoas em situação de rua, obrigando os ciclistas a desviar, encarando novamente as ruas. Até a Feira de Flores, realizada às sextas-feiras na Praça do Colégio Arnaldo, tem interferido no caminho para condutores de bicicletas, com as barracas e clientes invadindo a passagem e podendo provocar acidentes.

A estudante Daniela Rezek, de 43 anos, pedala pela cidade para se locomover e relata vários conflitos em suas passagens. “Falta um pouco mais de respeito e de paciência dos motoristas, que vivem nos fechando, nos obrigando a desviar. Nunca sofri um acidente, mas já passei perto de acertar carros e levei muitos sustos com pessoas que entram de uma vez nas ciclovias para caminhar”, disse.

(foto: Clique para ampliar e ler a entrevista)
(foto: Clique para ampliar e ler a entrevista)
Educação Para o secretário de Estado de Esporte, Carlos Henrique, uma mudança de comportamento é necessária no trânsito de BH diante do aumento do uso das bicicletas. Ele avalia que a campanha Bicicletize!, lançada ontem com o objetivo de incentivar o respeito entre ciclistas, pedestres e motoristas, pode ajudar na tarefa. Dados da secretaria mostram que, no Brasil, estima-se em cerca de 50 milhões as bicicletas em circulação com regularidade mínima para serem consideradas ativas – uma média de uma bicicleta para cada quatro brasileiros.

Por meio de nota, a BHTrans informou que também desenvolve sistematicamente ações educativas de conscientização junto aos motoristas para o respeito aos ciclistas, por meio da Gerência de Educação para a Mobilidade. Essas ações também são dirigidas aos ciclistas com o objetivo de sensibilizá-los para o cumprimento das normas de trânsito. A empresa acrescentou que há quase quatro anos estabeleceu parceria com vários representantes de grupos de ciclistas para discutir projetos, a priorização de implantação e campanhas educativas e de incentivo ao uso da bicicleta. Uma das campanhas, a BH tem espaço para todos, #respeiteabicicleta, ocorreu em junho, em cinco pontos da cidade, como parte do programa Pedala BH, criada para sensibilizar a sociedade e contribuir para a implantação da cultura da bicicleta na capital mineira.

O programa é responsável pela implantação e manutenção das ciclovias. A BHTrans informou que este ano fez readequações nas ciclovias da Rua Fernandes Tourinho, na Região Centro-Sul, Avenida João Samaha e Rua Augusto dos Anjos, na Região Norte, e estuda a possibilidade de fazer o mesmo em outras ciclovias ainda em 2016.


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