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Mortes por dengue chegam a 193 e alta já é de 150% em relação a 2015 em MinasMais duas mortes confirmadas por dengue em Belo HorizonteDengue mata 186 pessoas em Minas neste ano e casos chegam a 522,7 milBH tem 43 mortes por dengue no ano, maior número já registrado na capitalVacina contra a dengue será vendida a até R$ 138, determina AnvisaTempo segue seco e sem previsão de chuva em BH e região metropolitanaOutro risco tem relação com as condições climáticas, já que a água e as altas temperaturas são fundamentais para o processo de reprodução do Aedes, cujos ovos podem eclodir mesmo depois de um ano em ambiente seco, desde que tenha tido um contato inicial com a água. Outro fator é que, em altas temperaturas, o ciclo pode diminuir de 30 dias para apenas 10 dias. Nos próximos meses, quando a incidência da doença aumenta, a previsão é de chuva dentro da média, mas em proporção maior do que no ano passado.
De acordo com o meteorologista Heriberto dos Anjos, do Instituto TempoClima PUC Minas, o estado está sofrendo influência do fenômeno La Niña. “Não é possível ter a exata previsão por causa da distância do período chuvoso, mas podemos dizer que a estação deve ser mais chuvosa. Em dezembro, no final da primavera e início do verão, teremos um índice pluviométrico maior que o do ano passado”, diz.
Para Estevão Urbano, um trabalho conjunto entre governo e população precisa ser feito. Por parte da administração, ele ressalta a ampliação das visitas domiciliares, uso de inseticidas para eliminar a população de mosquitos, aumento do número de mutirões, além de, entre outros fatores, investimento em pesquisas para viabilização da vacina contra a dengue, já disponível em outros países. O especialista também ressalta o papel da população no combate ao mosquito.
Para quem teve caso de morte por dengue entre familiares, há muito a ser feito no combate à doença. Moradora de Contagem, a advogada Cíntia Dias Giordani, de 31 anos, perdeu a irmã, Anelise Dias Giordani, de 28, vítima da dengue. Ela avalia que faltam informação e fiscalização. “O número alto de óbitos em Minas por dengue não me surpreende. Falta muita informação e fiscalização”, opina. “Vamos esperar ano que vem a avalanche de dengue de novo?”, cobrou.
PROMESSA DE REFORÇO Tanto no estado como em BH, os órgãos gestores das ações de prevenção à dengue reconhecem a explosão dos casos e mortes e afirmam que mantêm medidas de combate e planejam reforço para os próximos meses. O secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta, destaca possíveis fatores para explicar o aumento na capital. A lista inclui ampliação da doença em áreas antes com baixa transmissão; interferência da crise hídrica, que resultou em acúmulo inadequado de água – o que foi constatado no Barreiro, regional com maior número de casos neste ano – além de ocorrência de altas temperaturas, especialmente entre agosto e outubro.
Para a próxima temporada epidemiológica, Fabiano informa que as visitas domiciliares serão intensificadas (foram 4,1 milhões de imóveis visitados no ano passado, contra 3,1 milhões somente nos primeiros meses de 2016). “A meta é visitar a mesma quantidade no segundo semestre”, diz. Outra medida para evitar casos de zika e de microcefalia em bebês será o aumento na instalação de telas em residências de grávidas. Os mutirões de limpeza também são uma aposta da Secretaria, que realizou 167 dessas ações nos primeiros seis meses e tem o mesmo número programado para o restante do ano. “Esse total do semestre já é 30% maior do que o realizado no mesmo período do ano passado”, compara. O secretário afirma que orçamento não foi um problema. “BH está fazendo mais do que foi feito e estamos introduzindo outras ações. Mas precisamos do apoio da população”, conclui.
No estado, o armazenamento inadequado de água em função do longo período de estiagem no ano passado, além das altas temperaturas de 2016, aliadas a um período chuvoso, são apontadas como razões para a explosão da dengue.
“Estamos elaborando um plano de trabalho no qual vamos rediscitur a manutenção da campanha ‘10 minutos contra dengue”, informou.” Também estamos fornecendo materiais para campanhas de prevenção, atualizando o plano de contingência, dando apoio a fornecimento de remédios e insumos, realizando licitações. Este momento é preparatório. Algumas ações são imediatas, enquanto as mais pesadas começam a partir dos próximos meses”, diz..