O 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette analisa pedido do Ministério Público de Minas Gerais para que o cunhado da apresentadora Ana Hickmann, Gustavo Henrique Bello, responda criminalmente pela morte de Rodrigo Augusto de Pádua, de 30 anos, autor de um atentado contra a modelo, em 21 de maio, em Belo Horizonte. A denúncia do promotor Francisco de Assis Santiago foi entregue ontem à Justiça, sob argumento de que o acusado excedeu a legítima defesa ao reagir e matar o agressor a tiros. O posicionamento contraria investigação da Polícia Civil mineira, para quem o processo deveria ser arquivado, pois o investigado apenas se defendeu.
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MP denuncia cunhado de Ana Hickmann por homicídioPromotor discorda de delegado e diz que vai denunciar cunhado de Ana Hickmann por homicídioAutor de atentado contra Ana Hickmann planejou o crime, aponta investigaçãoDelegado conclui investigações sobre atentado contra Ana HickmannAssessora de Ana Hickmann recebe alta em SP e demonstra gratidão MP diz que não há prova de que cunhado de Ana Hickmann atirou mais duas vezes em legítima defesaAna Hickman questiona reviravolta no caso: 'Ia ver de camarote a família morrer?'Justiça aceita denúncia por homicídio contra cunhado de Ana Hickmann Advogados de cunhado de Ana Hickmann repudiam denúncia do MP'Indignação', diz Ana Hickmann após MP denunciar cunhadoO advogado Fábio Piló, presidente da Comissão de Assuntos Carcerários da OAB/MG e especialista em direito penal, afirma que a legítima defesa ocorre quando alguém está diante de grave ameaça. “Tem que ser uma grave ameaça contra a vida, e tem que ser repelida de forma proporcional.
Especialistas acreditam que o principal argumento usado na denúncia pelo MP será excesso na legítima de defesa. Tese que contraria as investigações da Polícia Civil. No inquérito, o delegado Flávio Grossi, responsável pelo caso, separou o crime em duas partes para reconhecer a legítima defesa. Na primeira, para salvar Ana e Giovana de Oliveira, sua mulher e assessora da artista, Gustavo se lança sobre o invasor para tentar tomar-lhe a arma. Nesse momento, há o primeiro disparo e Giovana é atingida.
Na segunda parte, Gustavo dá uma rasteira em Rodrigo, cai em cima dele e os dois lutam por minutos. Um segundo tiro é disparado, quando Gustavo faz um movimento com as mãos para tentar tirar a arma de Rodrigo. O disparo queima a mão do cunhado da apresentadora, que fica com a marca do tambor da arma, com lesões de primeiro e segundo graus, mas a bala atinge o teto do quarto. Depois, Rodrigo é atingido por três tiros derradeiros, em um intervalo de três segundos. Antes, Gustavo ainda tentou tirar a arma mordendo o braço de Rodrigo, o que foi comprovado na necropsia. A perícia indicou que pelo menos no primeiro disparo eles ainda estavam em luta.
Procurado pela reportagem para falar sobre a denúncia do MPMG, o advogado que representa Ana Hickmann e Gustavo, Maurício Bemfica, reiterou que o que aconteceu no hotel foi um caso típico de legítima defesa.
Para Robson Sávio Souza, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a reviravolta expõe uma falta de harmonia entre a Polícia Civil e o Ministério Público. “Em casos de maior repercussão, é comum divergências entre a Polícia Civil e o MP, por uma série de motivos. Geralmente, tem a ver com critérios de investigação, solicitação do MP para aprofundamento de investigação, e interesses envolvidos, das duas partes, em casos de grandes repercussão”, afirma..