Jornal Estado de Minas

Ipês dão o tom do inverno em Belo Horizonte

Um mês sem chuvas e Belo Horizonte começa a ganhar as cores dos ipês cor-de-rosa e roxos, num espetáculo que terá seu ponto alto em agosto, com a chegada do amarelo, o mais característico da região de mata atlântica da Serra do Curral e de cerrado, na Pampulha. De acordo com o doutor em ecologia Sérvio Pontes Ribeiro, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a maioria das espécies nas vias, parques e jardins da capital são nativas, sendo que apenas os ipês em tons de rosa, comuns nas principais avenidas do Centro de BH, vieram da Costa Rica.


Ribeiro explica que a floração da espécie é um “gatilho fisiológico” da planta em resposta ao período de seca: as folhas caem e o botão, com o acúmulo de água, floresce. Para quem passa pelas ruas da capital é puro deleite. E, se este ano os ipês não apresentarem o mesmo volume de flores visto em 2015, não é preciso se preocupar, pois trata-se de um ajuste evolutivo da espécie, que ocorre ano a ano, para evitar os predadores de suas sementes.

E se agora começam a ser vistos os ipês-roxos, não espere uma sequência pré-determinada de cores. Sérvio Ribeiro diz que não há qualquer escala, embora haja uma tendência de que o ipê amarelo floresça em agosto, já que resiste mais às condições secas. No mais, câmera nas mãos e aproveite esse espetáculo até que venha a primavera.

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