A jornalista F.F, de 33 anos, passou por momentos de pânico quando ia para o trabalho, na manhã desta quinta, devido à intolerância no trânsito.
A vítima usou seu perfil do Facebook para denunciar a situação. “Às 5h30 e uma arma apontada para mim. Às 5h30 indo trabalhar e um homem num opala preto cola na traseira do meu carro na trincheira da Cidade Industrial, em Contagem. Eu estava a 70km, conforme o permitido na via. E ele, em alta velocidade. Às 5h30 um motorista colado na traseira do meu carro.”
Moradora de Belo Horizonte, F. seguia para o trabalho em Betim, na Grande Belo Horizonte.
A situação ficou ainda mais tensa quando o condutor conseguiu emparelhar os veículos e apontou uma arma na direção da motorista. “Acelera e mostra a arma para mim. Às 5h30 e o risco duplo: cair em buraco, bater o carro e sofrer um acidente ou tomar um tiro de um bandido insano que usa armas de fogo para intimidar as pessoas no trânsito.” No momento, ela temeu que ele pudesse disparar contra ela, por isso não esboçou nenhuma reação. “ Às 5h30 e o choque é tão grande que não consigo gravar a placa do carro. Só consegui registrar que era um Opala preto e o homem vestia jaqueta de couro preta. Às 5h30 um filme passa na cabeça.”
Ainda sob o choque do ocorrido, a jornalista prefere manter o anonimato por temer retaliações. “Vivo num país onde criminosos fazem o que querem, estampam valentia amedrontando com armas, colocando a vida de pessoas em risco. Às 5h30 eu poderia ter sido mais uma vítima da violência urbana. Estaria em uma estatística, no Brasil onde vítimas não têm nome, viram números. Às 5h30 e o desejo de chegar segura no trabalho e voltar para casa com tranquilidade.”
Ao final do texto no Facebook, ela pediu pelo fim da intolerância e lembrou dos riscos da liberação da posse de armas de fogo.
(RG)
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