Polícia trabalha com quatro possibilidades para tragédia com brinquedo

Peritos buscam explicações para acidente que matou menino de 9 anos em centro de diversões itinerante, durante festa em São Gonçalo do Sapucaí, Sul de Minas

Junia Oliveira
Peritos já começaram a analisar brinquedo onde garoto foi prensado - Foto: Divulgação
A Polícia Civil aguarda para os próximos 10 dias a conclusão do laudo que vai determinar as causas do acidente que matou um menino de 9 anos em um parque itinerante em São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas, a 340 quilômetros da capital. Roberto Augusto Brandão Neto morreu prensado pelo brinquedo conhecido como “Windsurf”, no sábado à noite, durante a tradicional festa de Nossa Senhora do Rosário. Ontem, investigadores do Instituto de Criminalística de Belo Horizonte e de Pouso Alegre, município vizinho, fizeram a perícia no local. A polícia trabalha com quatro hipóteses para o episódio.


O parque foi interditado temporariamente no domingo à noite, por decisão da juíza Luciene Cristina, plantonista da comarca de Itajubá, a pedido da polícia. De acordo com o delegado Diego Bruno Dias do Nascimento, imagens obtidas pelas investigações mostram que o menino foi lançado para baixo do brinquedo. Ele recebeu os primeiros socorros de uma médica que estava a passeio no evento, mas não resistiu aos ferimentos. Roberto teve traumatismo craniano e morreu na hora. O corpo do garoto foi sepultado anteontem à tarde.

“É como se ele tivesse caído debaixo de um veículo.

Como não deu tempo de desligar o brinquedo, o garoto foi prensado no solo”, disse o delegado. Depois do acidente, o corpo do menino ficou na rampa de acesso ao brinquedo, o que chocou moradores e visitantes da festa que se depararam com a cena. O funcionário que opera o aparelho teria tentado parar a máquina, mas já era tarde demais. Roberto foi atingido duas vezes pelo Windsurf, um brinquedo em que os participantes se sentam em uma fileira de cadeiras que se desloca em velocidade e com movimentos circulares. Roberto Augusto Brandão Neto tinha 9 anos - Foto: Reprodução/Facebook

INVESTIGAÇÕES Testemunhas afirmaram que foi possível escutar um barulho diferente do que normalmente se ouve quando o brinquedo está parando. Por isso, imaginam que foi naquele momento que o garoto caiu. O delegado Diego do Nascimento informou que trabalha com pelo menos quatro hipóteses que poderiam explicar a tragédia. Uma das possibilidades que foram cogitadas é a de que Roberto teria se levantado antes da parada do brinquedo. “Mas não acredito muito nessa probabilidade”, informou o policial.

Outra é de erro humano. Nesse caso, o operador da máquina poderia ter cometido alguma imprecisão ao ligar ou desligar o mecanismo. A terceira é de falha técnica na instalação do aparelho. E a última hipótese levantada é de falha na elaboração e fabricação do brinquedo, motivo pelo qual o responsável técnico que assina o projeto poderia ser indiciado.

O prefeito do município, Dito Cunha, informou que o parque, que é particular, tem alvará do poder público e do Corpo de Bombeiros para funcionar durante a festa, que ocorre na cidade há 136 anos. A programação, iniciada no dia 5, tinha duração prevista até hoje. A fatalidade comoveu os frequentadores e o show da Banda Cruzeiro do Sul, que era a atração do sábado, foi cancelado.

.