CBTU tenta evitar, mas metroviários mantêm greve nesta segunda

Categoria alega não ter sido comunicada de nenhuma nova proposta de reajuste salarial e, por isso, promete paralisar a partir de 0h desta segunda-feira

Valquiria Lopes
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) promete nova estratégia para evitar que os metroviários cruzem os braços nesta segunda-feira e paralisem o sistema de transporte por trilhos em Belo Horizonte.
Amanhã, o diretor-presidente da companhia, Marco Fireman, viaja à Brasília para uma nova rodada de negociação com representantes dos metroviários. A reunião marcada para 10h é, segundo a CBTU, um novo esforço para barrar o movimento grevista – previsto para começar a 0h de segunda-feira – e evitar prejuízos à população.

No centro das negociações entre os dois lados, estão questões salariais e benefícios exigidos pela categoria. Como a proposta de reajuste de 5,5%, feita pela CBTU, não foi aceita pelas entidades sindicais, a companhia informa que o diretor-presidente irá solicitar, ao Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest), aumento do percentual para 9,28%. “O executivo também se comprometeu a ajuizar, juntamente aos sindicatos, dissídio coletivo, para tratar exclusivamente desse reajuste das cláusulas econômicas”, informa a nota enviada pela companhia.

 Ainda segundo o documento, na assinatura do acordo coletivo de trabalho 2016/2017, a CBTU conseguiu garantir o fornecimento do vale cultura, que volta a ser concedido a partir de janeiro de 2017, bem como a oferta de duas toalhas individuais, por ano, aos empregados das oficinas de manutenção. A CBTU informou reconhecer o direito de greve como justo, mas apela para o bom senso dos trabalhadores para evitar transtornos aos usuários, além de alegar que as negociações não estão paralisadas.

Apesar da nota enviada à imprensa, o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG) informou não ter sido notificada de nenhuma proposta e, por isso, a greve está mantida. “O fato de o presidente ir à Brasília é um bom sinal de que as negociações podem avançar.
Mas é uma viagem que já estava marcada”, informou a entidade por meio de sua assessoria de imprensa.

Ainda segundo o órgão, os metroviários vão se concentrar amanhã em audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), às 14h, para discutir as regras da escala mínima a ser mantida no sistema metroviário durante o período de greve. De acordo com o sindicato, o acordo feito entre a CBTU e o TRT não é adequado. “A empresa fechou em 80% dos funcionários no horário de pico e 50% no horário de vale, o que traz problemas de segurança para a operação”, informou a assessoria.

Em movimentos grevistas de anos anteriores, a escala adotada foi de 100% no pico e fechamento das estações no horário de vale. Nos sábados, o sistema operou apenas no pico, também com a totalidade de seus trabalhadores. A partir desse horário, o funcionamento foi suspenso, inclusive durante todo o domingo, com retorno somente na manhã de segunda-feira..