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Estado de Minas

Ciclistas cobram da BHTrans publicação de normas para integrar bikes e ônibus

Segundo associação que representa adeptos das bicicletas em BH, desde setembro empresa que cuida do trânsito na cidade vem adiando a publicação de documento com regras de integração entre os dois modais


postado em 29/04/2016 06:00 / atualizado em 29/04/2016 07:23

O ciclista Sérgio Guerra defende mais integração com os ônibus e a instalação de bicicletários em toda a cidade(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)
O ciclista Sérgio Guerra defende mais integração com os ônibus e a instalação de bicicletários em toda a cidade (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)
A ausência de regras que possibilitem o deslocamento com integração entre bicicletas e ônibus do sistema de transporte público de Belo Horizonte tem incomodado os adeptos das bikes na capital mineira. Desde setembro, a Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte (BH em Ciclo) cobra da BHTrans uma posição sobre o tema, já que a empresa que cuida do transporte na capital chegou a um consenso com os ciclistas sobre as normas e vem prometendo a publicação no Diário Oficial do Município (DOM). O problema é que, desde então, mesmo com as cobranças, a portaria prometida não aparece, o que dificulta a vida dos ciclistas.


Dois eixos da portaria se destacam. Um deles é o transporte, em qualquer dia e horário, de bicicletas dobráveis em todo o sistema de transporte público coletivo e convencional de passageiros por ônibus de BH, incluindo o BRT/Move. O outro é a entrada das bikes convencionais nas estações de integração, de embarque e desembarque e em veículos do Move que contenham suporte interno para elas. Nesse segundo caso, os horários acordados entre ciclistas e BHTrans seriam das 20h30 às 5h, de segunda a sexta, aos sábados a partir das 14h e em todos os domingos e feriados.

Segundo um dos integrantes da BH em Ciclo, Vitor Brandão, sem essas regras publicadas oficialmente, o embarque de bikes dobráveis nos ônibus depende da boa vontade de motoristas e cobradores, já que nada permite ou proíbe a presença das bicicletas. Também não há permissão de entrada das “magrelas” em horários compatíveis com a integração do Move, para facilitar o deslocamento nos dias úteis. A regra que existe atualmente permite apenas a entrada no Move aos sábados, a partir das 15h, e o dia todo em domingos e feriados.
“Hoje, se o motorista falar que não vai entrar, não entra, mesmo com as bikes dobráveis sendo do tamanho de uma mala”, afirma Vitor Brandão. Com a publicação das normas, ele conta que muitas pessoas poderiam se beneficiar em seus deslocamentos.

“O ciclista poderia ir trabalhar de bike e voltar de ônibus, por exemplo, pegando o transporte público depois das 20h30. Ou ir e voltar a qualquer hora do dia em uma bicicleta dobrável. Essa normatização também é muito importante para informar a população que levar a bike no ônibus é possível, já que muitas pessoas não sabem”, completa.

Para pressionar a BHTrans, a associação usa prioritariamente as redes sociais, onde já lançou duas fases de uma campanha pedindo a regulamentação das bicicletas dentro dos ônibus. Dois personagens foram criados e colocados em situações corriqueiras da cidade. Um deles tem uma bike dobrável e gostaria de ir ao trabalho com ela de ônibus. Na volta, poderia usá-la, já que não há problema em chegar em casa suado e ainda economizaria uma passagem por dia.

A segunda personagem tem um carro, mas, como sai da faculdade às 23h, ainda não tem coragem de trocar o veículo pela bike, por conta do horário mais perigoso. Se pudesse voltar com ela no Move, seria um carro a menos no trânsito de BH.
O designer gráfico e artista plástico Sérgio Guerra, de 52 anos, é um ciclista de carteirinha. Dono de uma bicicleta dobrável, ele morou em Barcelona e em Boston, duas cidades em que o poder público obteve grande avanço nas políticas de fomento ao uso de bikes.

Para ele, toda a cidade deveria ser equipada com bicicletários. “Morei em países em que é grande o incentivo ao uso de bicicletas. Há bicicletários em grandes lojas, no metrô...”. Em nota, a BHTrans informou que “está finalizando os estudos para a ampliação do transporte de bicicletas dobráveis nos dias úteis e em todos os ônibus gerenciados pelo município de Belo Horizonte”. Porém, a empresa não divulgou data para o fim do estudo.

Ainda segundo a BHTrans, “os veículos do Move contam com áreas específicas para acomodação de bicicletas. Esse embarque é permitido aos sábados (a partir das 15h), domingos e feriados, nos ônibus que circulam nas avenidas Antônio Carlos, Pedro I e Cristiano Machado. A bicicleta deve ser acomodada em local específico, que conta com dispositivos de fixação, na última fileira de bancos dos ônibus”.

Bicicletas deverão fazer 8% das viagens em 2030


A BHTrans quer aumentar o percentual do uso da bicicleta no total de deslocamentos em Belo Horizonte. O alvo da empresa que gerencia o trânsito são as viagens de bike de até seis quilômetros. A meta é que esse indicador seja de 8% até 2030.

Há um longo caminho a ser percorrido, segundo a pesquisa mais recente, concluía em 2012. Naquele ano, o indicador era de 0,4%. Para fomentar o percentual, a prefeitura aposta em estratégias como a ampliação de ciclovias. O Plano Diretor de Mobilidade Urbana da cidade (PlanMob-BH) identificou cerca de 400 quilômetros de rotas cicláveis (ciclovias e/ou ciclofaixas) na capital mineira. Por enquanto, menos de 25% foram implantadas.

Boa parte das ciclovias da capital, contudo, não garante segurança aos usuários. Há trechos em que o piso está deteriorado. Mas também há problemas causados por motoristas de veículos particulares, que estacionam os carros sobre as ciclovias. Outra alternativa é exigir a instalação de suporte de bicicletas na frota de táxi. A medida ainda não foi discutida a fundo entre a categoria. A empresa pública também vai se esforçar para ampliar o número de bicicletários na cidade.


Memória

Insegurança

O EM publicou, em fevereiro, uma pesquisa revelando que BH é a cidade em que os ciclistas mais sentem insegurança, segundo 37,8% dos entrevistados na capital. O percentual é 66,5% superior ao da média nacional (22,7%). O levantamento foi uma iniciativa da Transporte Ativo, com suporte técnico do Observatório das Metrópoles e do Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A pesquisa foi feita em 10 praças.


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