Delegada procura vítimas de médico preso por abuso sexual em Montes Claros

Dermatologista está em uma cela especial no Presídio Regional. Mulheres que o denunciaram dizem que foram anestesiadas e abusadas

Luiz Ribeiro
"Ele entrou em contradição mais de uma vez", disse a delegada Carine Maia - Foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press
A delegada Carine Costa Maia, da Delegacia da Mulher, de Montes Claros, no Norte de Minas,  informou nesta quinta-feira que prosseguem as investigações para identificar e ouvir outras vitimas do médico dermatologista L. W. F. S, de 48 anos, preso na tarde de ontem pela suspeita de dopar e abusar sexualmente de pacientes.  Duas estudantes universitárias – uma de 21 e outra de 23 anos –, disseram que foram abusadas sexualmente pelo médico depois de serem sedadas na clinica dele para um procedimento de tratamento a laser no rosto.


O suspeito teve decretada a prisão temporária por 30 dias e está recolhido em cela especial do Presídio Regional de Montes Claros. Em mais de três horas de depoimento na delegacia, ontem à noite, o dermatologista negou a acusação e alegou que a necessidade de “exame completo” nas pacientes, inclusive, em partes intimas, para verificar questão hormonal.  “Mas ele entrou em contradição mais de uma vez”, disse a delegada Carine Maia.

Ela  disse que uma outra vitima já procurou a delegacia e deverá prestar depoimento na tarde desta quinta-feira. “A nossa expectativa é outras vitimas apareçam para prestarem depoimentos, a fim de que possamos dar um basta na situação e fazer justiça”, afirmou a delegada.


De acordo com boletim de ocorrência da Polícia Militar, a paciente M. A.
L., de 21, alega que, em 17 de março, por volta das 14h, foi à clínica dermatológica de L. para fazer um procedimento estético. Ela alegou que, logo após chegar ao estabelecimento, no Centro de Montes Claros, o médico a colocou em cima de uma maca, numa sala. Na sequência, ele teria dado a ela um comprimido que, supostamente, seria usado no procedimento. A mulher disse que após tomar o remédio adormeceu e permaneceu sedada por mais de três horas.


A paciente alegou que permaneceu sonolenta até as 10 horas do dia seguinte e que, ao chegar em casa, sentiu um desconforto na região genital. Orientada por uma tia, ela foi até a um médico ginecologista, que a examinou e recomendou que procurasse a Polícia Civil para registrar o abuso sexual.
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